Filho de imigrantes japoneses, Mário Shiguemitu Yamasaki nasceu em 1955 e passou a infância no bairro Uberaba, onde vivia com a família. Lá, também, o pai plantava verduras para vender no Mercado Municipal. E foi logo aos cinco anos que, ao lado do dele, começou a frequentar o mercado. Ele não reclamava e ajudava a levar os produtos para vender no lugar que se tornaria a sua segunda casa durante praticamente toda a vida. Vida essa que acabou sendo interrompida no último dia 7, em decorrência de complicações do diabetes.
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A responsabilidade pelos negócios da família veio antes do que imaginava. Ao perder o pai para o câncer, ele precisou assumir as bancas no mercado ainda jovem. Um trabalho que se transformou em paixão e que tratou de colocar cada gota de suor para fazer com que o negócio prosperasse. Deu certo.
E deu tão certo que por mais de 20 anos dividiu seus negócios com o trabalho à frente da Associação dos Comerciantes Estabelecidos no Mercado Municipal de Curitiba (Asceme). Ele chegava a passar mais tempo resolvendo os problemas dos associados do que os próprios em suas quatro bancas e dois boxes. Não por acaso foi um dos responsáveis pelo processo de modernização do mercado, desde a revitalização da fachada até a construção do setor de orgânicos, passando pelos projetos de sustentabilidade para reduzir o desperdício.
Entre os frequentadores do mercado e colegas de trabalho, não faltavam adjetivos positivos para descrever Shigue, como acabou conhecido. Pessoa de caráter, honesto, profissional, dedicado. Qualidades que levou para os mais de 20 anos de Asceme.
A dedicação ao Mercado Municipal, porém, não o distanciava dos momentos em família. O “feio” e a “feia”, como se referiam carinhosamente Shigue e a esposa Marilza, que estiveram juntos por 41 anos, gostavam de reunir os familiares. Os momentos de lazer eram apreciados por todos, seja nas festas com o esmero dele sobre os brinquedos para as crianças e os fogos de artifício, ou na paixão pela pescaria que foi passada para os filhos. “Meu pai sempre foi de cobrar muito, acho que tentando nos preparar para esse momento. Mas sempre pensou muito na família, colocava sempre as nossas necessidades na frente das dele”, diz a filha Mônica.
Quando vieram os netos, o semblante mais sério dava lugar a uma versão muito mais leve. Chegava a passar do ponto. “Ele se jogava no chão, deixava fazer o que [os netos] queriam com ele. De vez em quando precisávamos brigar com ele e com as crianças de tanta bagunça que faziam”, lembra Mônica.
Mário Shiguemitu Yamasaki deixa a esposa Marilza do Carmo Fontoura Yamasaki e os filhos Mônica Fontoura Yamasaki, Mario Shiguemitu Yamasaki Filho e Maurício Fontoura Yamasaki.
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