Levar um filho ao cinema parece uma tarefa fácil, mas para uma mãe de um jovem com transtorno do espectro autista, o passeio é um pouco diferente dos demais, já que o som alto do cinema é ouvido com maior sensibilidade por eles. E foi durante um passeio no Shopping Mueller, em Curitiba, que Rita de Cassia Armstrong, 55 anos, se emocionou com a boa ação da atendente do Cinemark, cinema do local, que ofereceu um abafador para o jovem e autorizou o acompanhamento do cão-guia de seu filho.
O cão, chamado Freud, é de raça spitz alemão anão e ajuda Henrique Armstrong, de 23 anos, a se socializar e quebrar barreiras do transtorno. A ação foi tão importante que a mãe postou um vídeo em suas redes sociais, que fez sucesso até em outros países, segundo Rita.
Mas o que realmente fez a diferença foi a excelência no atendimento prestado pela funcionária do cinema durante o passeio, no dia 17 de setembro.
“Nós havíamos saído de um evento para deficientes e tivemos que sair de lá porque o barulho estava alto demais e incomodou o Henrique”, conta a mãe. Neste dia, os três tinham ido a um evento para pessoas com deficiência em um museu da cidade, mas tiveram que sair porque a organização do local não oferecia o objeto, segundo ela.
Nervoso com a situação, Henrique andou com Rita e Freud até o Shopping Mueller, próximo ao local. Chegando lá, começaram a passear para o jovem se acalmar. “Nós queríamos tomar um suco, estava calor. Mas, no meio do passeio, o Henrique decidiu que queria ir ao cinema porque tinha um filme que ele queria ver”, lembra a mãe.
No entanto, a mãe não imaginava que poderia entrar na sala de cinema com o cachorro Freud. Ao comentar com a atendente do cinema que teria que ir para casa levar o animal, a reação da funcionária surpreendeu a mãe. “Ela disse com a maior tranquilidade de que o Freud poderia entrar com o Henrique no cinema, caso fosse um cão-guia”, conta. Autorizado por lei e com credencial, o cão garantiu sua entrada no local.
Mas, além do acompanhamento do animal, a atendente ainda ofereceu um abafador, equipamento utilizado no ouvido e que minimiza os sons externos. “Sabe quando você entende o que a pessoa falou e mesmo assim pede para ela repetir, só porque está em choque? Foi o que aconteceu. Eu tinha acabado de sair de um evento para deficientes sem esse recurso e o encontrou em um cinema, inacreditável”, relata Rita.
O passeio deles, que havia tomado um rumo totalmente diferente, fez bem ao jovem. “Ele se sentiu muito bem. Em alguns momentos do filme conversava com o cachorro, comentava as cenas com ele, e até me disse que ficaria bem só com o Freud lá, que eu poderia sair”, brinca a mãe.
O Cinemark não se manifestou sobre a ação e não informou se, além do acompanhamento do cão-guia, o abafador é um serviço-padrão oferecido em todos os cinemas da rede.
Os cães-guias são também um direito de pessoas com espectro autista, uma vez que eles ajudam no processo de terapia.
Inclusão
Em março de 2019, Rita e Henrique também foram surpreendidos com a gentileza no Shopping Curitiba, onde um segurança, após saber que Freud era um cão-guia, autorizou a presença do animal na praça de alimentação do local.
Bolsonaro “planejou, dirigiu e executou” atos para consumar golpe de Estado, diz PF
Governadores do Sul e Sudeste apostam contra PEC de Lula para segurança ao formalizar Cosud
Congresso segue com o poder nas emendas parlamentares; ouça o podcast
Juristas dizem ao STF que mudança no Marco Civil da Internet deveria partir do Congresso
Deixe sua opinião