Está marcada para a manhã desta quarta-feira (4) as audiências dos setes réus acusados de envolvimento na morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, em outubro de 2018. Os suspeitos devem ser ouvidos pela Justiça na 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais até a próxima sexta-feira (6). Porém, há possibilidade de o assassino confesso de Daniel, Edison Brittes Junior, a esposa dele, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana Brittes, não falarem ainda nessa semana.
As audiências de instrução e julgamento com os réus, que decidem como será o julgamento, inclusive se os réus vão a júri popular, já foram desmarcadas duas vezes. Na última, dia 13 de agosto, a defesa dos Brittes alegou que uma testemunha ainda não havia sido ouvida pela Justiça.
Conforme o rito dos julgamentos, os réus só podem ser ouvidos após o depoimento de todas as testemunhas de defesa e acusação e o esgotamento total de provas que possam ser incluídas no processo. Por isso, para a juíza Luciani Regina Martins de Paula seria necessário escutar um novo depoente.
De acordo com o advogado de defesa da família Brittes, Claudio Dalledone a testemunha, que é um repórter da emissora, não foi encontrada nos endereços informados. Caso o depoimento aconteça, há possibilidade de o inquérito ser desmembrado. “Isto é de interesse de três pessoas envolvidas e pode ser que o desmembramento ocorra, a juíza já esboçou isso”, relata Dalledone.
Caso ocorra o desmembramento do processo, acontecerá a audiências dos outros réus: Evelyn Brisola Perusso, acusada por denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de adolescente e falso testemunho, e David Willian Vollero da Silva, Ygor King e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, que teriam ajudado a agredir Daniel ainda na casa da família Brittes. Eles são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de adolescente.
Se tudo seguir normalmente, Allana, que é acusada de coação, fraude processual e corrupção de adolescente, será a primeira a depor. Depois será a vez de Evelyn. Após isso, serão ouvidos os réus que respondem por homicídio.
A princípio, Edison Brittes, que é acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de adolescente e coação, será o primeiro destes envolvidos. Após, serão escutados David, Ygor e Eduardo Henrique. Por fim, será a vez de Cristiana Brittes, que responde por homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de adolescente.
A defesa da família Brittes tenta, em caso de as audiências ocorrerem normalmente, fazer com que seus clientes sejam os últimos a serem interrogados, já que podem sofrer acusações dos outros réus.
Já o advogado de defesa da família de Daniel, Nilton Ribeiro, disse que não há motivos para que haja um novo adiamento. Caso a defesa da família Brittes entre com um novo pedido, Ribeiro será contra. "Eles estão focando demais no pós fato com testemunhas que não têm nada a acrescentar. Estão procrastinando", contesta Ribeiro.
O caso
O corpo do jogador Daniel foi encontrado na manhã de 27 de outubro de 2018 em um matagal de São José de Pinhais, na região de Curitiba. A vítima teve o pescoço quase degolado e o órgão sexual decepado.
Antes de ser assassinado, o atleta havia passado a noite na festa de 18 anos de Allana. Depois da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, em Curitiba, o jogador acompanhou a família e outros amigos da jovem para uma outra festa na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, onde foi espancado e, depois, levado para o matagal.
Daniel era jogador de futebol e teve passagens pelo Botafogo, São Paulo e Coritiba. Quando foi assassinado, atuava no São Bento (SP).
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