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Imagem de UTI usada para tratamento de pacientes com Covid-19.
| Foto: Geraldo Bubniak/Arquivo AEN

A pandemia causada pelo coronavírus, que já causou a morte de mais de 210 mil pessoas no Brasil e 9 mil no Paraná, aumentou em 52,9% o número de óbitos por doenças respiratórias em Curitiba. Elas passaram de 4.122, em 2019, para 6.306, em 2020, segundo dados do Portal da Transparência, plataforma administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

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A maior alta das mortes entre as doenças respiratórias foi a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com 216,6% de crescimento, apontam os dados.

No ano passado, os óbitos registrados pelos Cartórios de Curitiba em 2020 totalizaram 13.926, 22,5% a mais do que 2019, superando a variação anual anterior – de 2018 para 2019, que foi de -0,2%.

O número de óbitos registrados em 2020 pode aumentar ainda mais uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para registro de óbito em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.

As mortes causadas por doenças cardíacas, muitas vezes relacionadas à Covid-19, aumentaram 6,9%, passando de 2.351, em 2019, para 2.515, em 2020. O registro que apontou maior crescimento foi o de mortes por causas cardiovasculares inespecíficas, que cresceu 29,3% entre os dois anos.

A entidade aponta que o aumento dos óbitos em domicílio é uma das explicações para o diagnóstico inespecífico das mortes causadas por doenças do coração.

No Paraná, o aumento de mortes por doenças respiratórias foi de 24,6% em 2020. Os casos fatais de SRAG aumentaram 179% e as causas respiratórias indeterminadas, 12,9%. Em relação às doenças cardíacas, a comparação entre os dois anos mostra um crescimento de 1,6%, com a maior alta por causas cardiovasculares inespecíficas, 16,9%.

Mortes em casa aumentam

O receio das pessoas frequentarem hospitais ou mesmo realizarem tratamentos de rotina durante a pandemia, assim como a falta de leitos em momentos críticos da Covid-19 no Brasil, fez com que o número de mortes em domicílio aumentasse 17,9% em Curitiba no ano passado.

As mortes por causas respiratórias fora de hospitais cresceram 30,4%, sendo que as causas indeterminadas registraram a maior variação, 240%. Também cresceram as mortes por SRAG (166,6%), insuficiência respiratória (4,7%) e septicemia (1,9%). Os registros de óbitos, feitos com base nos atestados assinados pelos médicos, apontam que 194 moradores do município morreram de Covid-19 em suas casas, em 2020.

Os óbitos por causas cardíacas fora dos hospitais também aumentaram em 2020. A alta foi de 12,7%. Neste tipo de doença, o maior aumento se deu nas causas cardiovasculares inespecíficas (52%), em razão de a morte ocorrer sem assistência médica, dificultando a identificação da doença. Também cresceram os óbitos em casa por acidente vascular cerebral (AVC): 34,5%.

No estado, os óbitos em casa cresceram 14,1% no mesmo período comparativo, aumentando em 183% as mortes por SRAG, 12,3% por septicemia e 13,1% por causas indeterminadas.

Segundo os atestados médicos, 440 paranaenses morreram de Covid-19 em suas casas. No estado, os óbitos por causas cardíacas fora de hospitais tiveram alta de 16,9% em 2020, com aumento de causas cardiovasculares inespecíficas (48,6%) e AVC (14,7%).

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