O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) anunciou para as 16h de sexta-feira (21) o fim do rodízio de água em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) e garante que o racionamento não voltará em 2022. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), com as barragens com 80% da capacidade e obras que serão inauguradas, o sistema tem fôlego para não voltar ao racionamento por pelo menos por dois anos.
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"Esses 80% garantem que em um ano, mesmo que não tenha chuva constante, não vai ter necessidade de volta do rodízio", garantiu Ratinho Junior em entrevista no fim da manhã desta quarta-feira (21) no Palácio Iguaçu. "Em 2022, com toda a certeza, não voltaremos ao rodízio por todo o cenário que permite que isso seja possível", corroborou o presidente da Sanepar, Claudio Stabile, que também participou do anúncio.
O fim do rodízio após quase dois anos, 22 meses no total, só foi possível porque as quatro barragens que abastecem a região atingiram 80% de armazenamento de água. Essa foi a marca definida pela Sanepar para que o sistema pudesse voltar a operar normalmente.
A previsão da Sanepar era alcançar os 80% só em março, mas o grande volume de chuva dos últimos dias permitiu adiantar o fim do rodízio. Nesta quarta, o sistema atingiu 80,34%, nível que não era alcançado há dois anos, desde janeiro de 2020.
Até sexta-feira, os técnicos da Sanepar terão que readaptar todo o sistema para que não haja problemas de rompimento. "Já estamos trabalhando nisso e estamos abrindo o sistema aos poucos para poder reajustar a distribuição nas válvulas para que não haja fadiga do material, o que causaria rompimento da tubulação", explica Stabile.
O rodízio será mantido na RMC somente em 20% do território da cidade de Colombo, área em que o abastecimento é feito por poços, não pelas barragens. Nessa região, explica a Sanepar, é preciso que os poços voltem a encher para que o abastecimento também volte ao normal.
Qual a garantia da Sanepar para o rodízio não voltar?
Segundo o governador, as obras no sistema da Sanepar e os planos de preservação ambiental juntos vão garantir que Curitiba e RMC não precisem voltar ao racionamento pelo menos até 2024.
"Antecipamos as obras necessárias no sistema justamente por causa da estiagem. A obra do Capivari, por exemplo, estava programa para 2025", comentou Ratinho Junior, referindo-se à transposição do Rio Capavari para a bacia do Rio Iraí, que abastece a barragem de mesmo nome, concluída em outubro do ano passado. A transposição permite o acréscimo de 700 litros por segundo ao sistema
O governador também citou a construção da Barragem do Miringuava, em São José dos Pinhais. Ao custo de R$ 160 milhões, quando ficar pronta a represa vai armazenar 38 bilhões de litros de água, garantindo a produção de 2 mil litros por segundo. O volume é suficiente para abastecer 600 mil pessoas por dia.
"Com o Miringuava e outra obras, além de cuidados ambientais, como o corredor de preservação do Rio Iguaçu, nós temos como planejamento para evitar o que aconteceu com o rodízio", garante Ratinho Junior.
A previsão é de entregar a Miringuava ainda em 2022. A represa é a principal medida da Sanepar no enfrentamento da crise hídrica, mas está um ano atrasada. Pelo cronograma original, deveria estar operando desde dezembro de 2020, quando o racionamento já estava em vigência há sete meses. A Sanepar chegou a anunciar o enchimento do espelho de água da barragem ainda no primeiro semestre de 2021, o que também não ocorreu.
A obra do Miringuava está paralisada pela terceira vez desde novembro do ano passado pelas condições climáticas. A chuva atrapalha a execução da obra e põe os trabalhadores em risco pela possibilidade de mobilidade do solo úmido. A previsão é de que os trabalhos retornem em março, quando termina o período de chuvas do verão.
Economia de água tem que continuar
Apesar do fim do rodízio, o governador e o diretor-geral da Sanepar apelaram para que a população mantenha a economia de água para que o sistema não volte a ser ameaçado
"A economia de água tem que continuar. A população tem que transformar esse hábito de não desperdiçar água em cultura até pelas próximas gerações", ressaltou Ratinho Junior.
A Sanepar vai manter a meta de economia individual de 20% no consumo de água de cada paranaense mesmo com a volta do abastecimento sem rodízio. Também será mantido o Disque Denúncia para que a população comunique desperdício de água à Sanepar pelo telefone 0800-5889-3756. "A Sanepar não tem poder de multa, mas o Disque Denúncia vai continuar para que a população continue não gastando água para lavar carro ou calçada. Esse mudança de hábito tem que continuar", reforça Stabile.
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