• Carregando...
Corredor de supermercado de Curitiba interditado para não vender produtos não essenciais durante o lockdown.
Corredor de supermercado de Curitiba interditado para não vender produtos não essenciais durante o lockdown.| Foto: Leonardo Iwamura

O decreto da prefeitura de Curitiba que instituiu a bandeira vermelha na cidade liberou a abertura dos supermercados de segunda a sábado (no domingo, só podem atender por delivery). Mas proibiu que eles vendam produtos não essenciais. Os estabelecimento só podem comercializar produtos como alimentos e itens de higiene.

O decreto da bandeira vermelha diz: "A comercialização nessas atividades [na qual se incluem os supermercados] se limita a produtos de alimentação, bebidas, higiene e limpeza”. Desse modo, os supermercados não podem vender, por exemplo, eletrodomésticos, roupas, produtos para carros, brinquedos, material de papelaria.

Alguns supermercados isolaram corredores inteiros para cumprir o decreto. Mas a reportagem recebeu vídeos de estabelecimentos que, após isolarem esses setores, voltaram a abri-los mais tarde no sábado. A reportagem visitou quatro mercados diferentes; e a venda de produtos considerados não essenciais ocorria normalmente. E, no final da tarde, os esses mercados estavam lotados.

O que dizem os supermercados

A Associação Paranaense dos Supermercados (Apras) emitiu nota oficial dizendo que seus representados vão cumprir o decreto da prefeitura. A Apras ainda informou que vai orientar os associados para que se adequem às medidas. A associação, porém, questionou a redução do horário de atendimento dos supermercados estabelecida no decreto: “A medida pode gerar grandes concentrações de pessoas buscando as lojas para suprir suas necessidades básicas”. A nota da Apras diz ainda que “como a maior parte da população estará em casa, aumentará a necessidade de compras essenciais, visto que antes as pessoas acabavam se alimentando no trabalho ou em outros locais”.

O decreto estabelece que supermercados só podem abrir das 7h às 18h de segunda a sábado.

Sobre a necessidade de isolar as áreas em que são ofertados produtos não essenciais, a Apras também demonstrou sua preocupação. “Outra preocupação é com a dificuldade para realizar o isolamento das áreas não essenciais. Hoje, as redes supermercadistas costumam realizar um gerenciamento de categorias que nem sempre concentra todos os produtos de um setor em apenas um local, o que dificulta ainda mais o trabalho”.

A Apras destaca que os supermercados estão correndo contra o tempo para se adequar ao decreto e agindo com foco na segurança e na saúde. A entidade pede para que a população colabore e ajude o setor, evitando aglomeração externa nas lojas e respeitando a decisão da prefeitura de que apenas um membro da família vá às compras.

A Apras pede paciência dos clientes e respeito ao trabalho dos funcionários dos supermercados. “Outro pedido é que os clientes entendam que os colaboradores dos supermercados não estão medindo esforços para melhor atender a todos e que trabalham no cumprimento das normas estabelecidas no decreto”, diz a nota da associação.

O que diz a prefeitura

Questionada sobre a proibição de os supermercados venderem produtos não essenciais, a prefeitura de Curitiba se pronunciou pela assessoria de imprensa: “O embasamento dessa medida é o mesmo do decreto da bandeira vermelha e considera o agravamento da covid-19 e a iminente falta de leitos na rede de saúde”. O objetivo, segundo a prefeitura, é reduzir o tempo em que as pessoas passam dentro dos restabelecimentos.

A prefeitura recomendou que a população denuncie supermercados que descumprem o decreto da bandeira vermelha por meio do telefone 156.

Procon pede bom senso para o consumidor

O Procon do Paraná informou que, neste momento, é preciso ter bom senso sobre a compra de produtos não essenciais. A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, afirma: “As pessoas estão morrendo. Tem que cumprir o decreto e ponto final. É um momento de absoluta mobilização, que requer medidas excepcionalíssimas, que restringem algumas situações. Mesmo assim está sendo garantido, para esses dias, o acesso à alimentação e produtos que garantam higiene. Mas comprar uma TV? Uma batedeira? Roupa? Temos ue ter bom senso nessa hora, senão não tem poder público que dê conta, não têm sistema de saúde que dê conta, não têm hospital que dê conta”.

Correção

A reportagem inicialmente informava que os supermercados podem abrir de segunda a sábado, das 7h às 20h. O correto, porém, é que podem abrir das 7h às 18h.

Corrigido em 15/03/2021 às 17:49
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]