Mesmo com o crescimento dos aplicativos de transporte individual de Curitiba, os taxistas da capital decidiram manter a cobrança de bandeira 2. A medida foi tomada em uma assembleia realizada na terça-feira (16). Além da preservação da tarifa adicional, a categoria também definiu que vai encaminhar à Urbs, empresa da prefeitura que administra o transporte na cidade, uma série de questionamentos em relação aos motoristas de aplicativos.
A manutenção da bandeira 2 se deve ao fato de os motoristas não acreditarem que a hipotética extinção da cobrança extra iria atrair clientes. “São só 18% de diferença de uma bandeira para a outra. O nosso problema não é a bandeira 2, mas sim a crise financeira que acontece no país”, enfatiza a primeira-secretária do Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditaxi), Joara Aparecida Joeckel.
A bandeira 2 entra em operação das 20h às 6h nos dias úteis, e a partir das 13h às 6 da manhã seguinte aos sábados, domingos e feriados. A tarifa também é usada ao longo de todo o mês de dezembro, como uma espécie de 13.º da categoria. “A bandeira dois é como se fosse um adicional noturno e também o 13º salário do taxista. É um direito que foi conquistado ao longo de anos e que, se tirarmos, não terá mais volta”, destaca a secretária.
Atualmente a diferença de preço entre corridas de táxi e de carros de aplicativos chega a até 50%. “As pessoas optam por usar os aplicativos por estarem numa situação ruim. Quando houver uma recuperação financeira, elas voltarão ao serviço de táxi”, opina Joara.
Ainda assim, há um movimento de taxistas que deseja usar a bandeira 1 durante as 24 horas. Esses trabalham para rádio-taxis e necessitam pagar rateios as empresas. Além disso, esse serviço perdeu clientes, já que busca passageiros nos lugares solicitados. “Esses motoristas acham que com essa medida o cliente dele vai voltar e eles vão conseguir se manter no mercado“, explica a secretária. Já para a outra parte da categoria a mediada não é tão interessante, pois já há uma fidelização dos clientes - e essa ala foi a maioria na assembleia, que contou a participação de aproximadamente cem taxistas. "Quem pega o táxi hoje nas ruas não está incomodado com a tarifa de bandeira, e sim com a segurança que o carro oferece, mesmo que custe um pouco a mais", afirma Joara.
Em contrapartida, para tentar manter os clientes, os taxistas não praticam o reajuste na tarifa - indicado por um estudo técnico no final de cada ano - faz cinco anos. “Tudo sobe aos longos dos anos e nós decidimos não repassar isto para o taxímetro, porque se não a gente não conseguiria competir com os aplicativos”, ressalta Joara.
Aplicativos
Na assembleia, os taxistas também decidiram enviar um pacote de medidas para a Urbs, que administra o serviço em Curitiba, com relação aos carros de aplicativo. A exigência é de que os motoristas dos apps também tenham cadastros e autorizações individuais na prefeitura, além de inspeções de segurança no carros semestralmente. “É muito importante essa questão da vistoria dos carros por conta da segurança, porque têm conhecidos nossos que usam aplicativos e a gente quer que todos estejam seguros”, enfatiza Joara.
Em nota, a Urbs disse que, quando as reivindicações dos motoristas de táxi chegarem à empresa, as mesmas serão analisadas.
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