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Speedbird desenvolve e opera sistemas aéreos não tripulados.
Speedbird desenvolve e opera sistemas aéreos não tripulados.| Foto: Divulgação.

Quando o assunto é logística, os drones são a grande aposta do futuro. Estimativas da PWC (PricewaterhouseCoopers) apontam que o mercado global tem potencial para atingir US$ 127 bilhões até 2020 devido, principalmente, à demanda dos segmentos de infraestrutura (35%) e agricultura (25%).

Os dados foram apresentados durante o Welcome Tomorrow, o maior evento de inovação da América Latina, que vai até domingo (10). A Gazeta do Povo é o veículo oficial e acompanha tudo em tempo real (veja no final desta reportagem).

No terceiro dia do evento, nesta sexta-feira (8), Emerson Granemann, CEO do MundoGEO, destacou que existem por volta de 12 milhões de veículos aéreos não tripulados em operação no mundo — 10% deles voltados para uso profissional. “A maioria deles não tem cadastro porque as pessoas ainda enxergam os drones como brinquedos”, disse.

No Brasil, existem 77 mil drones registrados, de acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Eles são utilizados, majoritariamente, nos setores agrícola, em monitoramento de obras e em refinarias de petróleo. Os de uso doméstico, por sua vez, são adquiridos para competições e entretenimento com a família — sendo que apenas pessoas acima de 18 anos podem comprar e pilotar a aeronave, explicou o executivo.

O futuro reserva ainda mais oportunidades. Segundo a Singularity University, 10 milhões de voos diários com drones devem ser realizados em 2024 em todo o mundo, incluindo delivery integrados com robôs e outros modais para agilizar as entregas.

Mas se engana quem pensa que os pacotes serão entregues na janela de sua casa. Granemann, do MundoGEO, explica que projetos de entrega por drone contemplam hubs onde os produtos chegarão e serão integrados com outros modais, como carros e aviões, por exemplo. “As aeronaves não vão deixar a comida nas janelas das nossas casas. Há corredores aéreos definidos. O desafio agora é certificar pilotos para voos acima de 120 metros”, acrescentou o executivo.

Fundador da Speedbird, empresa que desenvolve e opera sistemas aéreos não tripulados, Samuel Salomão defendeu o uso de drones para entrega de produtos e medicamentos e ressaltou a viabilidade econômica do modal. “Entregas por carro e bike custam por volta de US$ 10 atualmente. O mesmo serviço por drone vale menos de 10 centavos. Além disso, a aeronave não tripulável emite 200 vezes menos carbono que um veículo tradicional”, comparou.

Um dos hospitais que pode receber medicamentos via drones em breve é o Oswaldo Cruz, em São Paulo. De acordo com Leonisa Scholz Obrusnik, gerente de suprimentos da instituição, cerca de 9 mil remédios são entregues mensalmente ao hospital, sendo que alguns têm de ser comprados em caráter de emergência por problemas logísticos. “Os drones podem trazer mais eficiência à cadeia de suprimentos”, destacou.

Parceiro da Speedbird, o iFood planeja iniciar testes para entrega de comida com drones a partir do ano que vem em um shopping de Campinas (SP). O projeto, segundo Fernando Martins, gerente de inovação e logística da startup, foi criado para complementar a logística da empresa — que fica atribulada em horário de pico, como almoço e jantar. “Todo mundo sente fome na mesma hora. Mas não acredito que o drone vá substituir os demais modais. Ele será complementar”, explicou Martins.

Carro voador

Além de drones, o céu também será usado para o transporte individual de pessoas. Este é o objetivo da EmbraerX, braço da Embraer criado para desenvolver produtos disruptivos. Edgar Mendes Rodrigues, responsável pela estratégia de produto e negócio da empresa, explica que a necessidade das pessoas mudou muito em pouco tempo. E o que os usuários esperam é uma integração entre os diversos modais.

Pensando nisso, a empresa desenvolveu um conceito de veículo aéreo, 100% elétrico, para transportes individuais, como um carro voador. Dessa maneira, a expectativa é criar novos ecossistemas de negócio. O veículo ainda é um conceito, sem nome e que depende de toda uma rede de empresas para sair do papel.

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