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Usinas hidrelétricas

AGU vai a conselho do MP contra procuradores que ameaçam Belo Monte

Procuradores disseram que vão pedir anulação de licença para usina. AGU alega que membros do MPF têm agido antes de analisar liberação

A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou nesta quarta-feira (3), por meio de nota divulgada à imprensa, que entrará com representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra procuradores que vêm se manifestando contrários à licença concedida para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A AGU alega que os membros do MP têm agido antes mesmo de analisarem a liberação concedida pelo Ibama.

No texto, a Advocacia-Geral destaca que "nos casos mais graves" entrará com ações de improbidade administrativa contra os membros do MP que violarem "seus deveres legais". A licença prévia foi concedida na segunda-feira (1º). A AGU alega que antes dos fundamentos serem conhecidos e analisados, membros do MPF no Pará anunciaram que vão pedir a anulação da licença.

"A Advocacia-Geral da União [...] representará ao CNMP contra os responsáveis pelo ajuizamento das ações infundadas referentes à Usina de Jirau e, em caso de reincidência, à Usina de Belo Monte", diz a nota.

"No exercício de suas atribuições, não é dado a membros do Ministério Público impor seu entendimento pessoal aos demais agentes do Estado, mas apenas a vontade da lei. E esta vontade somente pode ser verificada, em processos complexos como a construção de uma usina hidroelétrica, por meio de um estudo desapaixonado e aprofundado do projeto e de todos os seus atos", acrescenta a nota.

MPF

Em resposta à nota da AGU, o Ministério Público Federal no Pará divulgou texto em que rebate as críticas. Para os procuradores paraenses, o "tom ácido" usado pela AGU despreza o Estado democrático. Eles destacaram que o MPF acompanha e discute questões sociais, ambientais e patrimoniais que se inserem no projeto da hidrelétrica de Belo Monte desde 1997. Disseram ainda que o MPF "nunca se furtou ao cumprimento de suas funções."

"A posição até aqui externada não se baseia em postura preconceituosa, precipitada e desprovida de análise técnica e jurídica consistente, e, sim, no desenrolar de uma análise impessoal, objetiva e cuidadosa, resultado do acompanhamento por quase 13 anos de inúmeras discussões que vem sendo travadas e da qual participaram diversos membros do MPF e suas instâncias", diz o texto do MPF.

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