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O governador do Amazonas, Wilson Lima (União-AM), pretende questionar a gigante do varejo Amazon pelo uso do nome do estado na marca. Ele quer ter uma reunião com representantes da empresa para estabelecer “parcerias” – e angariar recursos.
“A Amazon usa o nome do Amazonas, usa o nome da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso? A gente quer saber, esse é um dos questionamentos que a gente vai fazer lá na COP28”, disse na quarta (29).
Lima vai participar da COP28 em Dubai, que inicia nesta quinta (30), para lançar o projeto Amazônia 2030, uma iniciativa de pesquisadores brasileiros para “desenvolver um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia brasileira”. O governo do estado lançou, também nesta quinta (30), uma campanha “em busca de investimentos e oportunidades para o povo da Amazônia”.
O vídeo, publicado nas redes sociais, faz uma provocação ao bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon, por conta da correlação com o nome do estado e o Rio Amazonas, que deu origem à marca criada há 29 anos. Na época, o empresário encontrou o nome no dicionário na letra A, que poderia gerar uma colocação no topo do mecanismo de buscas Google, que utilizava o formato alfabético para apresentar o resultado das pesquisas.
O nome Amazon também chamou a atenção de Bezos pelo significado que remetia a algo “exótico e diferente”, que é o que ele vislumbrava para o futuro da empresa.
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No vídeo em que provoca Bezos, a floresta amazônica se apresenta como uma persona, que fala ao bilionário que ambos têm “muito em comum”. O bioma diz que ele já a viu do espaço, de foguete e de helicóptero, mas que não a “conhece de verdade”.
“Você distribui milhões de produtos e tem o maior parque de logística do mundo. Eu produzo ar puro para todo o planeta e tenho a maior biodiversidade da Terra. Se a sua empresa parasse, Jeff, muita coisa ia atrasar. E, se eu parasse, o clima ia esquentar. Se a sua empresa é a mais valiosa de todas, o meu valor é incalculável”, diz a persona da floresta no vídeo.
Logo em seguida, a provocação é mais direta e fala “já que você usa o meu nome e eu nunca ganhei nada com isso, vem aqui me conhecer de perto, Jeff. Debaixo das minhas árvores vivem pessoas e, sem cuidar delas, é impossível cuidar de mim”. “Desce aqui, Jeff. A Amazônia está chamando você”, completou.
A filial da Amazon no Brasil ainda não se pronunciou sobre a provocação de Wilson Lima e do governo do Amazonas. Segundo relatórios fiscais da companhia, o lucro líquido global alcançou a cifra de US$ 9,9 bilhões no terceiro trimestre deste ano na comparação com o ano passado, quando chegou a US$ 1,1 bilhão (veja na íntegra). O montante relativo ao Brasil não foi divulgado pela Amazon.
Caso a pedida “parceria” do governador com a Amazon prospere, será aberto um precedente para que outros países vizinhos cobertos pela floresta amazônica também pleiteiem relações com a gigante do varejo. Além do Brasil, a floresta está presente também na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela, Suriname e parte do território da Guiana Francesa, segundo a WWF.