O aumento do salário mínimo, pelo menos no entender do governo estadual, é também uma arma importante no combate aos efeitos da crise econômica por aqui. "O aumento da renda gera mais consumo e reaquece a economia. Mais do que nunca uma medida como essa é necessária", diz o secretário estadual do planejamento, Enio Verri. "O aumento da renda, junto com o crescimento do crédito, foram responsáveis por garantir o avanço da economia nos últimos anos", acrescenta Cid Cordeiro, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Assuntos Socioeconômicos (Dieese).
Efeito limitado
Mas a eficácia do reajuste como medida anticrise não é consenso entre economistas. Para o professor do departamento de economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marcelo Curado, embora a iniciativa seja boa, ela terá efeito limitado, uma vez que abrange uma parcela pequena da população do estado. "Usar o aumento do mínimo regional como instrumento de combate à crise tem um efeito muito mais retórico do que prático", diz o economista.
Para ele, um fato que precisa ser levado em consideração é que, em uma época em que a demanda está em queda, o aumento também pode favorecer demissões e o crescimento da informalidade. "Mas temos que ser cautelosos na análise. Assim como ele não terá o efeito positivo esperado, ele também não vai provocar demissões em massa", diz.
Juros
Para analistas, mais do que o aumento do salário mínimo, a redução agressiva dos juros é, de longe, o grande o trunfo de que dispõe o Banco Central (BC) para contornar a crise. Acelerar o investimento público e promover desonerações tributárias como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis também são iniciativas bem-vindas, mas há dúvidas quanto ao espaço fiscal disponível para isso, já que a queda da arrecadação pode limitar esse tipo de ação.
STF poderá forçar governo a tomar medidas mais efetivas contra danos das bets
Com argumentos de planos de saúde, associações de autistas fazem lobby negacionista com governo Lula
Novo “AeroLula”? Caso do avião presidencial no México reacende debate
“Precipitada” e “inconsistente”: como economistas reagiram à melhora da nota do Brasil
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião