O acordo com a Cielo, a elevação das taxas de juros e a variação cambial ajudaram o Banco do Brasil a chegar a um lucro líquido de R$ 5,818 bilhões no primeiro trimestre – crescimento de 117,3% na comparação com igual período de 2014.
E esse resultado está ligado à conclusão da parceria para meios eletrônicos de pagamentos, que gerou um montante extraordinário de R$ 3,212 bilhões. Sem considerar os efeitos não recorrentes, o lucro do banco público foi de R$ 3,025 bilhões, valor 24,2% superior ao registrado nos primeiros três meses do ano passado.
O crescimento do lucro também está atrelado à elevação dos juros cobrados dos clientes, o que garantiu maiores margens de ganhos – a margem bruta subiu 17,6%. A variação do câmbio, que até março foi de 19,9%, também melhorou os resultados em operações com títulos. “Esse aumento da margem se deve a uma Selic maior no período e o resultado da reprecificação da nossa carteira de crédito. Também tivemos ganhos com a variação cambial”, afirmou José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de Finanças.
Apesar do lucro dentro da expectativa, as ações do BB fecharam o pregão desta quinta-feira (14) em queda de 3,85%, cotadas a R$ 25,96. Segundo analistas, os investidores aproveitaram o resultado para embolsar os ganhos dos últimos meses – no ano, o papel acumula uma alta de 9,2%. Além disso, há uma preocupação quanto à possibilidade de aumento da inadimplência.
Embora a taxa de atrasos acima de 90 dias tenha ficado praticamente estável – 2,05%, ante 2,03% em dezembro e 1,98% em março de 2014 –, houve uma deterioração no índice que mede atrasos no prazo mais curto (acima de 15 dias). E o indicador passou de 3,41% em dezembro para 4,30% ao final do primeiro trimestre.