O Banco Central Europeu (BCE) disse nesta terça-feira que está suspendendo temporariamente a elegibilidade dos bônus gregos para uso como colateral em suas operações de financiamento e que os bancos centrais nacionais têm de prover liquidez aos bancos usando uma medida de emergência.
A medida veio depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou os ratings de longo prazo da Grécia para "default seletivo" depois que Atenas lançou uma troca de bônus para reduzir sua carga de dívida.
O BCE exige garantias na forma de colaterais elegíveis de todos os bancos que buscam recursos do banco central em suas operações de crédito.
Em antecipação a tais rebaixamentos após um segundo resgate da Grécia, a zona do euro e o BCE fecharam um acordo por meio do qual a Grécia receberá o equivalente a 35 bilhões de euros de apoio do EFSF, o fundo de resgate do bloco, que ela repassará ao BCE como um pagamento de contingência, de forma que o banco central possa continuar aceitando bônus gregos e outros ativos subscritos por Atenas em operações de empréstimos.
Contudo, essa medida de apoio ainda não foi ativada. O prazo é particularmente apertado para o BCE, vindo apenas um dia antes de sua aguardada segunda oferta -e que se espera que seja a última- de empréstimos de três anos, uma importante ferramenta de política de combate à crise.
O BCE disse que os bancos centrais nacionais poderiam prover liquidez usando a chamada "assistência de liquidez de emergência" (ELA, na sigla em inglês), até que o esquema de qualificação de colaterais, de 35 bilhões de euros, seja ativado, tornando os bônus gregos novamente elegíveis em princípio.
"Isso deve ocorrer até meados de março de 2012", disse o BCE em um comunicado.
A ELA é efetivamente subscrita pelos países para os quais é estendida, pondo mais pressão sobre as finanças de países da zona do euro cujos orçamentos já estão apertados.
A questão é vital porque bancos gregos e cipriotas quase certamente iriam à falência se fosse retirado seu financiamento do banco central. Outros bancos em países como França também possuem grandes montantes de dívida grega, o que significa que eles também enfrentariam sérios problemas de financiamento se seus ativos gregos subitamente se tornassem inúteis no BCE.
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