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O Impostômetro, que calcula quanto o brasileiro pagou de taxas no ano, atingiu R$ 2 trilhões no domingo, às 8h20. A marca foi alcançada 40 dias mais cedo do que em 2023.
Nesta época do ano passado o montante era de R$ 1,7 trilhão, o que mostra um aumento de 17,6%. Mas na comparação com a primeira vez que o Impostômetro atingiu R$ 2 trilhões, em 9 de dezembro de 2015, o salto de crescimento acumulado é de 82%. Em julho daquele ano o total era quase metade do de agora, de R$ 1,1 trilhão.
O Impostômetro é um painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital paulista. A ferramenta contabiliza o que os contribuintes pagam desde o início do ano para os governos federal, estadual e municipal. A conta inclui impostos, taxas e contribuições, multas, juros e a correção monetária.
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Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, atribui o resultado de 2024 ao aumento da atividade econômica e dos preços, bem como renda e emprego, além do impacto da inflação e da reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis.
“Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões", analisa Ruiz de Gamboa.
O Brasil tem uma das tributações mais altas do mundo, embora o retorno seja bem aquém do que é pago. A carga tributária daqui, diz ele, é comparável à da Grã-Bretanha, porém, a renda por habitante do brasileiro é significativamente inferior. Na prática, segundo ele, o contribuinte aqui paga impostos desproporcionalmente ao nível de desenvolvimento econômico.
Para João Eloi Olenike, presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os R$ 2 trilhões atingidos em julho refletem as diversas medidas do governo federal para aumentar os tributos:
“Como o ajuste das alíquotas do ICMS em diversos estados de 1% para 2%, a atualização do IPTU e o aumento do IPVA em várias unidades da federação.”
Um estudo do IBPT deste ano mostrou que em 2024 o brasileiro trabalhou até o dia 28 de maio somente para pagar os tributos – ou seja, quatro meses. Um total de 149 dos 366 dias.