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China sugere progresso nas negociações comerciais dos EUA
| Foto: Bigstock

Negociadores estão avançando rumo a um acordo comercial parcial entre os Estados Unidos e a China, inclusive quanto à remoção de algumas das tarifas que interromperam o comércio transpacífico no último um ano e meio. Entretanto, diplomatas americanos e chineses ainda precisam resolver várias questões centrais antes que o texto esteja pronto para as assinaturas dos presidentes norte-americano Donald Trump e chinês Xi Jinping, segundo fontes próximas às negociações.

Em meio aos sinais positivos, o índice Dow Jones Industrial Average subiu 182 pontos, ou 0,7%, nesta quinta-feira (7).

Quase quatro semanas depois de Trump dizer que os dois lados chegaram a um "acordo de princípio", a Casa Branca e a China continuam discutindo os termos. Isso inclui a reversão de tarifas dos EUA sobre as importações chinesas, bem como promessas feitas pela China para a proteção à propriedade intelectual e os segredos comerciais das empresas norte-americanas. Outras medidas estão integralmente resolvidas, incluindo aquelas que governam as movimentações cambiais e a abertura do mercado de serviços financeiros da China a empresas estrangeiras.

"Nosso entendimento é de que os dois lados estão muito próximos de um acordo", disse Myron Brilliant, vice-presidente executivo da Câmara de Comércio norte-americana, com "momento ainda para ser determinado", afirmou. As esperanças de uma assinatura em meados de novembro, no entanto, foram frustradas e as autoridades dos dois países consideram alternativas para uma assinatura no próximo mês, caso o acordo esteja concluído até lá.

Com o comparecimento do presidente norte-americano Donald Trump a um evento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de 3 a 4 de dezembro em Londres, um local europeu pode fazer sentido. No domingo (3), Trump disse que a assinatura aconteceria nos EUA, mas os chineses discordaram.

Pressões e avanços

À medida que as negociações se intensificam, as autoridades da China passaram a pressionar por concessões adicionais da administração norte-americana. No mês passado, Trump cancelou um aumento de US$ 250 bilhões nas tarifas dos EUA a produtos chineses, depois que os negociadores esboçaram os contornos do chamado acordo de fase um.

Acredita-se, ainda, que o presidente americano deve abandonar planos de impor impostos de importação a mais US$ 160 bilhões em produtos, incluindo muitos itens populares de consumo, como smartphones e laptops. Essas novas taxas estão programadas para começar em 15 de dezembro.

As autoridades da China também querem que a tarifa de 15% que Trump impôs em 1º de setembro a cerca de US$ 112 bilhões em importações seja eliminada. Em troca, os EUA querem que os chineses concordem com salvaguardas de propriedade intelectual mais abrangentes, de acordo com duas pessoas familiarizadas com a negociação. "Essa decisão está total e exclusivamente nas mãos do presidente", disse uma das fontes, que pediu anonimato para descrever as discussões, que são confidenciais.

O Ministério do Comércio da China disse na quinta-feira (7) que os negociadores dos dois países concordaram inicialmente em reverter as tarifas em etapas simultâneas, se as negociações comerciais avançarem. Gao Feng, porta-voz do ministério, disse que EUA e China mantiveram conversas "sérias e construtivas". "Se as duas partes chegarem ao acordo da primeira fase, deverão, conforme o conteúdo do contrato, cancelar simultânea e proporcionalmente as tarifas que já foram levantadas", disse Gao, "é uma condição importante para se chegar a um acordo".

Reduções de tarifas no acordo preliminar podem representar uma vitória barganhada para Pequim. No passado, a China sustentou que os Estados Unidos devem reverter as taxas como condição de um acordo comercial e buscou uma redução de tarifas como parte de qualquer primeiro passo. "A posição da China tem sido consistente e clara: a guerra comercial foi iniciada pelo aumento de tarifas e, portanto, deveria ser encerrada a partir do seu cancelamento", disse o porta-voz a repórteres em Pequim.

Principal representante comercial de Donald Trump, Robert Lighthizer tenta conseguir que os chineses concordem com um mecanismo de execução que condicionaria reduções tarifárias na implementação do acordo por parte da China. As tarifas cairão - ou subirão - dependendo do atendimento de Pequim a termos específicos, disse uma pessoa familiarizada com as negociações. "A China deu uma guinada", afirmou, referindo-se à declaração do Ministério do Comércio.

Mais cedo na quinta-feira (7), a China divulgou de maneira incomum a sentença de nove pessoas condenadas por tráfico de fentanil para os Estados Unidos. De longa data Trump critica a China por não fazer o suficiente para reprimir a produção do opióide e sugere que o avanço chinês em conter a prática seria parte de um amplo acordo comercial buscado por ele. A China subestimou seu papel na epidemia de opióides nos EUA e nega que as preocupações comerciais motivem suas ações de combate às drogas.

Conteúdo editado por:Cristina Seciuk
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