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Concorrência

Cielo entra tarde na “guerra das maquininhas” e já sente impactos: lucro despenca

Maquininha da Cielo para microempreendedores individuais (Foto: )

Os efeitos do primeiro round da guerra das maquininhas já estão surtindo efeito. E uma das primeiras empresas a sentir os impactos é a Cielo, a líder do setor, que viu o lucro cair para R$ 548,5 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 40,4% comparativamente a igual período do ano passado.

A empresa teve um faturamento líquido de R$ 2,77 bilhões nos três primeiros meses do ano, 0,4% a menos do que em igual época de 2018.

Não bastasse isso, o desempenho foi afetado pelos fracos resultados da economia no período. Em março, a empresa detectou uma retração de 0,7% no varejo, comparativamente ao mesmo mês de 2018. “E os bancos já estão revendo, para baixo, as expectativas de crescimento para 2019”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

O resultado nesse cenário foi uma queda de 4,43% no valor das ações da empresa, que fecharam a R$ 7,98 , mesmo com a empresa entrando com maior agressividade na “guerra das maquininhas”. Nesta quarta, a Cielo anunciou que pagará instantaneamente os clientes que tem a conta digital da empresa, por meio da cobrança de taxas similares aos do recebimento em dois dias.

VEJA TAMBÉM:

Novos impactos da disputa pelo mercado devem ser sentidos pela empresa neste trimestre. Desde o início do mês, um novo round está sendo travado pelos players no setor. No dia 8,a GetNet, do Santander, anunciou o corte nas taxas das transações das modalidades de débito e crédito à vista para 2%. O prazo de pagamento que, tradicionalmente, era de 30 dias, caiu para dois para microempreendedores individuais e pessoas físicas.

E, antes da Cielo reagir, já houve movimentações da Rede, do SafraPay e do PagSeguro. “Uma coisa é certa, a Cielo demorou a entrar nessa batalha”, afirma Arbetman. E, segundo ele, vai encontrar competidores que, tecnologicamente, estão bem fortalecidos, como é o caso da PagSeguro e da Stone.

Analistas apontam que o campo de batalha no setor de meios de pagamento mudou. Um dos segmentos que está sendo mais disputado é o de pessoas físicas, microempreendedores individuais e de micro e pequenas empresas. E o foco, agora, é conquistar mercado em detrimento do lucro.

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