O Bradesco deu início à temporada de balanços. A partir de agora será possível medir com mais precisão o que realmente aconteceu na economia brasileira no último trimestre de 2008 e o que vai acontecer nos próximos meses. A primeira impressão não foi boa o bancão teve um lucro 27% menor do que no mesmo período de 2007.
Outras grandes empresas, mais significativas, vão demorar ainda um pouco para apresentar os seus números algumas. Por ora ficamos com a Satipel, fabricante gaúcha de painéis de madeira, que deve divulgar o balanço na quarta-feira, e o Paraná Banco (quinta). Ao lado, uma lista com algumas empresas e as datas em que pretendem anunciar os seus resultados.
Respostas
Ao lado estão respostas a dois leitores, que mandaram dúvidas em relação ao mercado de ações. Antes de prosseguir na leitura, é importante fazer uma ressalva. Nos dois casos, é importante observar que as ações são investimento de risco. Isso significa que não é bom concentrar o seu dinheiro somente nesse tipo de aplicação. O ideal é ter um portfólio de investimentos em que estejam presentes aplicações mais conservadoras, como renda fixa.
Isto dito, aí estão as respostas.
Frações
O leitor Ricardo conta que já possui recursos na bolsa e que poderá dispor de R$ 150,00 por mês para investir nos próximos tempos. Sua pergunta é se vale a pena aplicar esse dinheiro em ações, levando em conta que ele paga no banco uma taxa de custódia de R$ 14,90.
Levei a questão ao economista Leandro Martins, autor do livro Aprenda a Investir Saiba Onde e Como Aplicar Seu Dinheiro (editora Atlas). Ele é totalmente favorável ao investimento de pequenos valores na bolsa, e dá algumas dicas. A primeira é recorrer às compras de papéis pelo lote fracionário ou seja, numa quantidade de ações menor do que os lotes padronizados que são muitas vezes de 100 ações. Nesse caso, o preço dos papéis pode ser um pouquinho diferente. No fechamento de ontem, por exemplo, as ações ON da Vale fecharam a R$ 32,83 no lote-padrão e a R$ 32,93 no lote fracionário. Para saber o preço correto, acrescente um "f" depois do código da ação, no site da Bovespa ou no da corretora no caso da Vale, por exemplo, fica VALE3F.
Em segundo lugar, é bom procurar uma corretora que cobre uma taxa de corretagem baixa. Muitas empresas cobram R$ 15,00 por operação (compra ou venda), independentemente do valor. No caso do leitor, é caro demais é melhor pesquisar.
A taxa de corretagem é diferente da taxa de custódia, que é aquela mencionada pelo leitor. A taxa de custódia é cobrada pela instituição financeira que "toma conta" dos papéis de sua propriedade. E R$ 14,90 é bem alto há inclusive corretoras que assumem esse custo e não cobram nada do cliente.
Em resumo, a sugestão para o Ricardo é continuar investindo na bolsa nem que isso exija que ele troque de corretora.
Socorro
O leitor Gonçalves quer começar a investir na bolsa. Mas antes disso pretende colocar dinheiro em aplicações mais conservadores "para ter onde pedir socorro em uma emergência", diz. Ele vai pôr uma parte dos recursos em caderneta de poupança e a outra em uma aplicação de renda fixa, e pretende manter os valores investidos por pelo menos 20 anos. E pergunta: CDB ou Tesouro Direto? Pré ou pós-fixado?
Em primeiro lugar, nesse momento os títulos pré-fixados são um negócio melhor. Isso porque os juros brasileiros estão em trajetória de queda. Assim, quem optar pelos pós-fixados vai ter rendimentos em queda nos próximos meses, enquanto que os papéis pré continuarão com os mesmos porcentuais de juros.
Mas o melhor é CDB ou títulos do Tesouro? No caso de aplicações de valor baixo o leitor pretende aplicar até R$ 1 mil ao mês , tanto faz. Segundo o economista Leandro Martins, os CDBs pré-fixados e as NTN-F (Notas do Tesouro Nacional série F) estão com uma rentabilidade muito próxima. Portanto, é mais prudente o leitor fazer uma consulta perto do dia em que for investir e escolher a opção mais vantajosa.
E se o valor for alto? Aí o Tesouro é mais seguro. O valor integral tem a garantia do governo federal, o que não acontece com outros investimentos. Os CDBs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito, que é um mecanismo sustentado pelo sistema financeiro, e que paga aos aplicadores até R$ 60 mil caso a instituição bancária quebre.
Felizmente, os bancos brasileiros andam bem saudáveis e lucrativos. Mas alguns anos atrás tivemos o caso do Banco Santos, que sofreu intervenção do governo federal e causou prejuízo para muita gente. Precaução, portanto, nunca é demais.
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