O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define nesta quarta-feira (29) a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está 13,75%. Essa taxa remunera os títulos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e é usada pelo BC como instrumento de controle da inflação.
Quanto mais alta a Selic, mais caro fica o crédito e mais desestimula o consumo de bens e serviços. Por conseqüência, os preços são reduzidos. Quanto a Selic é alta, os bancos preferem comprar títulos do governo, remunerados pela Selic, do que emprestar aos consumidores.
Entretanto, nesta reunião o Copom analisa perspectivas e trajetória de inflação, além dos efeitos do agravamento da crise financeira internacional, que tem restringido o crédito no país.
A situação levou o governo a adotar várias medidas para aumentar os recursos disponíveis na economia. Com isso, analistas argumentam que o BC não deveria usar a mesma estratégia de elevação da Selic, como fez em reuniões anteriores do colegiado.
Há também o argumento de que vários bancos centrais no mundo reduziram os juros básicos em função da crise financeira internacional. Hoje, o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) também anuncia sua nova taxa de juros.
No início deste ano, a Selic estava em 11,25%, permaneceu assim em março, subiu para 11,75% em abril, e na reuniões seguintes do Copom também foi elevada: 12,25% em junho, 13% em julho e 13,75% em setembro. A reunião de hoje é a penúltima prevista do ano. A última reunião do ano está marcada para dezembro.
A taxa de juros fixada pelo Copom é a meta para a Selic e normalmente vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do comitê. No entanto, pode ser definido o chamado viés, que permite ao presidente do BC alterar a taxa a qualquer momento entre as reuniões. A última vez que isso aconteceu foi em março de 2003, quando foi estabelecido o viés de alta, ou seja, o presidente do BC podia elevar a Selic.
No primeiro dia de reunião, ontem, os chefes de departamento e o gerente-executivo do BC apresentam uma análise da economia brasileira e internacional, o que inclui o acompanhamento de preços e possíveis pressões inflacionárias.
Hoje, quando será definida a Selic, participam apenas os diretores e o chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), sem direito a voto. Depois de exposições, há uma votação, com busca de consenso. A ata da reunião é divulgada sempre na quinta-feira da semana seguinte, às 8h30.
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