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O governo federal gastou R$ 633,4 bilhões no combate à pandemia desde 2020, conforme a atualização mais recente do monitoramento de gastos da União com o combate à Covid-19, realizado em 16 de dezembro de 2021.
As medidas de enfrentamento da crise econômica, como o pagamento do auxílio emergencial, foram o principal destino dos recursos. As ações de resgate à economia, socorro a empresas e ao cidadão alcançam R$ 552,8 bilhões desde o início da pandemia, perfazendo 87% dos gastos da União no combate ao coronavírus.
A maior parte destes recursos para combater a crise econômica foi gasta ainda em 2020, quando os pagamentos totalizaram R$ 479,1 bilhões. Em 2021, o valor foi de R$ 73,7 bilhões, somados o auxílio emergencial, o Benefício Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda e as cotas dos fundos garantidores de operações e crédito.
Como responsável pelo auxílio emergencial, o Ministério da Cidadania foi o que mais concentrou recursos para as ações de combate à pandemia (R$ 357,3 bilhões nos dois anos), seguido da Economia (R$ 191,4 bilhões) e Saúde (R$ 72,9 bilhões).
Os desembolsos com a pandemia foram os principais responsáveis pelo salto do endividamento dos governos. Entre os meses de fevereiro de 2020 e 2021, a dívida bruta do setor público brasileiro – na soma de União, estados e municípios – aumentou de R$ 5,611 trilhões para R$ 6,744 trilhões, um aumento de R$ 1,133 trilhão em apenas 12 meses. Em relação ao tamanho da economia brasileira, a dívida passou de 75,3% do PIB para 89% do PIB no mesmo intervalo.
Por ordem dos maiores gastos para os menores, o governo desembolsou com:
- Auxílio emergencial
No total, os pagamentos chegaram a R$ 353,6 bilhões durante os dois anos; R$ 293,11 bilhões deles repassados em 2020, e R$ 60,49 bilhões em 2021. Iniciado em meados de 2020, o benefício teve seu último pagamento realizado em outubro de 2021.
- Auxílio financeiro a estados, municípios e ao Distrito Federal
Previstos em lei complementar aprovada pelo Congresso para atenuar os impactos da perda de arrecadação provocada pela pandemia de Covid-19, os repasses foram de R$ 78,25 bilhões, concentrados no ano de 2020.
- Cotas dos fundos garantidores de operações e crédito
Este destino, estabelecido em medida provisória para facilitar o acesso ao crédito a pequenas e médias empresas, recebeu R$ 63,1 bilhões: R$ 58,1 bilhões em 2020, R$ 5 bilhões em 2021.
- Despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais pastas
Os extras necessários para os ministérios somaram R$ 62,1 bilhões. O ano de 2020 concentrou R$ 42,7 bilhões destes repasses e outros R$ 19,4 bilhões ocorreram em 2021.
- Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda
A medida que permitiu suspensões de contratos de trabalho e a redução de jornada de trabalho e do salário de modo proporcional representou R$ 41,2 bilhões dos gastos no período. Foram R$ 33,5 bilhões em 2020 e R$ 7,7 bilhões em 2021.
- Aquisição de vacinas e insumos para prevenção e controle
Único caso em que a ampla maioria dos recursos para o combate à Covid-19 foi empregada em 2021: R$ 16,2 bilhões de um total de R$ 18,4 bilhões entre os dois anos (com R$ 2,22 bilhões em 2020).
- Financiamento para pagamento de folha salarial
Os gastos com a concessão de financiamentos para que empresas pudessem honrar com os salários dos colaboradores ficaram restritos a 2020, com R$ 6,8 bilhões.
- Programa Emergencial de Acesso a Crédito - Maquininhas
Também concentrado no primeiro ano da pandemia, com R$ 5 bilhões.
- Financiamento da infraestrutura turística
O segmento recebeu R$ 3,1 bilhões em 2020 e R$ 530 milhões em 2021, somando cerca de R$ 3,6 bilhões no total.
- Transferência para Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Medida que ficou conhecida como Conta-Covid. A operação financeira foi desenvolvida pelo governo federal para diluir o reajuste nas tarifas de energia do consumidor e dar liquidez às distribuidoras. Foi adotada em 2020, com gastos de R$ 900 milhões.
- Ampliação do Bolsa Família
Limitada ao ano de 2020, representou R$ 370 milhões do total de gastos para o enfrentamento à crise sanitária provocada pela Covid-19.