Os efeitos da crise internacional já bateram à porta da Vale, segunda maior mineradora mundial. Ontem, a companhia anunciou corte de 30 milhões de toneladas na produção de minério de ferro além de outros produtos. O ajuste inclui ainda férias coletivas de 15 a 20 dias para funcionários da unidades consideradas de alto custo em Minas Gerais. A medida também afeta diretamente minas da Vale no Rio e no Amapá, além de unidades na França, Noruega, China e Indonésia.
"Não adianta gastar capital de giro para produzir algo que vamos deixar no estoque", disse o presidente da companhia, Roger Agnelli, ao destacar que o momento atual é de priorizar o caixa da companhia. "Estamos antecipando férias coletivas em minas mais antigas, que produzem minério com menor qualidade. O momento é de priorizar caixa, reduzir produção, fazer o dever de casa e as manutenções necessárias." Segundo Agnelli, o corte representa um "ajuste momentâneo" provocado pelo "fortíssimo rearranjo" da economia mundial por causa da crise.
A redução na produção da Vale vai representar US$ 2,2 bilhões a menos em exportações num período de 12 meses e aumenta as perspectivas negativas para o saldo da balança em 2009, avalia o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. De janeiro a setembro, a Vale respondeu por 6,7% do superávit comercial brasileiro e é a maior exportadora líquida (exportações menos importações) do País.
A Vale é a segunda maior empresa brasileira em valor de mercado (R$ 141,3 bilhões), atrás apenas da Petrobrás (R$ 227,2 bilhões) pelos cálculos da consultoria Economática, que destaca a mineradora como a empresa mais lucrativa da América Latina, pelos resultados do terceiro trimestre.
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