A Delivery Center, startup de gestão de entregas para shoppings centers, traçou metas ambiciosas este ano, dado o cenário de estagnação da economia brasileira: faturar R$ 1 bilhão em 2021 e chegar a 200 unidades em cinco anos. Para dar este salto, a empresa gaúcha se espelhou no sucesso dos supermercados do Alibaba, de Jack Ma, que utilizam hubs para entregar compras em até 30 minutos. Também pesa no plano de expansão o apoio de pesos-pesados do setor varejista, que são acionistas da empresa, entre eles BR Malls, Multiplan, Outback e Grupo Trigo, dono da rede Spoleto.
Segundo Alexandre Reis, especialista em estratégia da Delivery Center, a startup realiza desde pedidos de comida, bens de consumo, bens duráveis e serviços — que chegam pela plataforma digital — até coleta, entrega e cobrança. A proposta é entregar comida em até 45 minutos e outros produtos, como compras de supermercados, em até 1 dia, em um raio de 3 km.
“Queremos entregar absolutamente tudo com eficiência e a preço de hambúrguer. Quanto mais eu vendo, mais o shopping ganha”, afirmou ele, no debate “Como a estratégia de omnichannel entrou na prioridade do varejista”, realizado na quarta-feira (11/9) no Cubo Itaú, maior hub de empreendedorismo da América Latina, onde a startup tem uma equipe.
Para garantir essa agilidade, a startup integra os lojistas às plataformas digitais e utiliza os shoppings como centros de distribuição. Este ano, a empresa gaúcha também firmou parceria com o Mercado Livre para entrega dos produtos vendidos no marketplace em até um dia.
Com foco no frete rápido, a Delivery Center também está instalando hubs para gestão das entregas rápidas dentro dos shoppings. Em forma de contêineres, eles ficam localizados perto da praça de alimentação ou na saída do estacionamento para agilizar as entregas. “Trabalhamos com um operador logístico para que os motoboys possam entregar mais de um pedido em uma mesma região. Quando o motoboy sai com apenas um produto, perdemos eficiência e agilidade”, justificou Reis.
A Delivery Center atualmente possui operações em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). O plano de expansão, por sua vez, contempla as principais cidades das regiões Sul e Sudeste, as capitais do Nordeste e Brasília (DF). “O Norte do país exige um planejamento maior por conta de custos logísticos. Nossa vantagem é que há shoppings em todo lugar no Brasil”, explicou o especialista em estratégia.
Serviço integrado à BR Malls
Principal acionista da startup, a BR Malls calcula ter registrado um aumento de 10% nas vendas de alimentação e 1% no comércio total dos shoppings de janeiro a julho deste ano, por conta da parceria com a gestora de entregas. Até o momento, oito shoppings do grupo já foram integrados à Delivery Center e dois devem ser incorporados até o final deste ano.
“Mais de 300 mil pedidos foram realizados em nossos shoppings pela plataforma no período, totalizando R$ 20 milhões em vendas”, apresentou Mathias Lopez, head de delivery da BR Malls, no debate do Cubo Itaú.
Leia também: Shoppings criam apps para estreitar relacionamento entre clientes e marcas