Isolado pelos vizinhos, o governo da Grécia tem quatro dias para chegar a acordo com credores e evitar um calote que agrava sua situação econômica e eleva o risco de ter de deixar a zona do euro. Pela quarta vez em uma semana, os 19 ministros das Finanças do bloco da moeda única, o chamado Eurogrupo, fracassaram em encontrar uma solução. Um novo encontro está marcado para este sábado (27), em Bruxelas.
A Grécia se recusa a aceitar as exigências fiscais dos credores, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE), para desbloquear o acesso a 7,2 bilhões de euros, última parcela do socorro de 240 bilhões de euros recebido de ambos desde 2010.
Sem o dinheiro, o governo diz que não tem como pagar a dívida de 1,6 bilhão de euros que expira na terça-feira (30) com o FMI – o Fundo já avisou que não vai prorrogá-la.
Ao não pagá-la, a Grécia ficará sem ajuda externa pela primeira vez em cinco anos e pressionada a discutir a permanência no euro. Ao mesmo tempo, o governo teme uma onda de saques bancários e a necessidade de impor um controle de retirada, medida impopular que transformaria uma crise econômica também num problema político.
O drama grego aumentou depois que FMI e BCE rejeitaram a proposta feita pelo governo de um ajuste fiscal de 7,9 bilhões de euros até 2016 em troca da liberação dos recursos.
Os credores apresentaram uma contraproposta, não aceita pelo premiê Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza, eleito em janeiro sob o discurso antiausteridade. A Grécia diz ter feito novas concessões, mas sem atender a todas as reivindicações. “As instituições [FMI e BCE] estão olhando os dois documentos e vamos continuar até achar uma solução”, disse o ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis.
FMI e BCE exigem mais corte de gastos e endurecimento na reforma previdenciária. Cobraram que parte das medidas passe a valer a partir de julho, e não em outubro. Tsipras já articula, em caso de acordo neste sábado, votar as medidas no Parlamento entre domingo (28) e segunda-feira (29).
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