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Indústria petroleira

Deputados incluem “jabuti” protecionista que obriga conteúdo local para indústria de petróleo no projeto Mover

Câmara dos Deputados
Emenda protecionista teve aval de lideranças do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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A Câmara dos Deputados incluiu uma emenda que exige conteúdo local na exploração de petróleo no texto do programa automotivo Mover (Mobilidade Verde e Inovação), aprovado na noite de quarta-feira (29).

A medida, que contou com apoio formal do governo, sofreu críticas da oposição e do setor petroleiro. Após a aprovação, alas do governo também sugeriram retirar o trecho do projeto de lei no Senado, que deve apreciar o tema na próxima terça-feira (4). A informação foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Atualmente já existem parâmetros para conteúdo local na produção de petróleo e gás, fixados pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) para projetos específicos.

Com a emenda, a obrigatoriedade fica estabelecida por lei. É uma forma, segundo os defensores da proposta, de fortalecer a indústria nacional e garantir empregos. O protecionismo, no entanto, é criticado por representantes do setor, que temem a fuga de investimentos.

"A ideia tem mérito, mas a maneira como se quer fazer isso vai causar atraso, aumento de custo e afugentar investidores. Vão procurar outros países que não têm essa regulamentação. Tem a Guiana aqui do lado", disse Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), à Folha de S. Paulo.

Segundo Ardenghy, a exigência não considera as caraterísticas de cada reservatório. "Não faz sentido aumentar o conteúdo local de um projeto que você não consegue fornecer o equipamento", disse. O IBP pretende discutir a exclusão do tema com o relator do projeto de lei, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), na próxima semana.

Deputados petistas, historicamente ligados à defesa da indústria nacional, e o relator da emenda na Câmara, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), defendem que o governo deveria apoiar a proposta. "A gente quer garantir que a indústria nacional não morra no país. Acho que não teremos dificuldade no Senado, pela base do presidente Lula entender que é meritório", disse o deputado.

O parlamentar lembrou que, numa audiência sobre a proposta na Câmara na época do governo Jair Bolsonaro (PL), Magda Chambriard, hoje presidente da Petrobras, foi favorável à medida. O PL, partido do ex-presidente, votou contra a matéria, que não chegou a ser aprovada.

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