A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, considera que o Brasil não está afastando os investidores internacionais com o futuro marco regulatório do pré-sal. "Estamos definindo as regras do jogo", afirmou nesta terça-feira (21) durante entrevista à imprensa, em Washington. A ponderação da ministra está ligada à possibilidade de a Petrobras ser a operadora de todos os blocos do pré-sal. Na avaliação de Dilma, não há a menor probabilidade de que, "com este tamanho de reservas, com a estabilidade brasileira e com a característica democrática, o Brasil não seja extremamente atrativo".
As companhias petrolíferas internacionais, continuou a ministra, estão interessadas na camada pré-sal por seu imenso volume de reservas, com baixo risco e elevada rentabilidade. As grandes reservas no mundo estão nas mãos das estatais de petróleo. Quase 80% delas estão nestas condições, em países que "têm problemas de geopolítica e o acesso a essas reservas tem certas regras do jogo. Quando temos muitas reservas temos de discutir quem se apropria da renda petrolífera".
A ministra reiterou que a União tem clareza da imensa oportunidade que é no mundo ocidental ter acesso a reservas em um país estável, sem guerra, sem problemas étnicos. "O investidor sabe que quando o risco é baixo e a rentabilidade elevada, os contratos mudam, não são mais contratos de concessão tornam-se híbridos". O Brasil, disse Dilma, vai dar oportunidade tanto para companhias nacionais e estrangeiras privadas e inclusive para estatais, "pois há grandes estatais interessadas". Mas as reservas brasileiras, voltou a afirmar, vão se transformar em riqueza para o povo brasileiro.
Prazo
Dilma Rousseff afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu o mês de agosto como prazo para a entrega da primeira versão do marco regulatório para o pré-sal. "Eu sei que o presidente e o ministro Lobão, inclusive, têm sido pressionados para dizer a data precisa, mas é um modelo regulatório e tem consequências para o futuro", afirmou a ministra.
"Os envolvidos na questão estão fazendo todo esforço para entregar o documento no prazo mais rápido possível", disse a ministra. O objetivo, continuou ela, é ser "bem prudente e olhar bastante a consistência do modelo". Mas, conforme ressaltou, o presidente estabeleceu que o prazo não pode passar do mês de agosto.
A ministra falou com a imprensa na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, em evento promovido pelo Conselho de Negócios Brasil-EUA. Antes da entrevista, o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu, na Casa Branca, a ministra Dilma, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, o secretário americano de Comércio, Gary Locke, o assistente adjunto da presidência dos EUA e conselheiro adjunto de segurança nacional para Assuntos de Economia Internacional, Michael Froman, e os coordenadores do comitê de executivos Josué Gomes da Silva (Coteminas) e Tim Solso (Cummins), no Âmbito do 4º Fórum de CEOs Brasil-EUA.
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