Ouça este conteúdo
O dólar voltou a subir nesta terça (2) após bater o recorde de R$ 5,65 na segunda (1º) em meio a novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Banco Central e cortes de gastos do governo. No meio da manhã, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 5,67 após abrir o dia a R$ 5,64 às 9h e cair a R$ 5,63 minutos depois.
No entanto, a moeda começou a escalar a cotação e chegou a R$ 5,67 as 10h30 e passou a operar o resto da manhã a R$ 5,66, com leves variações neste patamar.
Embora Lula tenha feito novas declarações sobre o Banco Central e a moeda mais cedo, por volta das 8h30, a repercussão veio pouco depois. O presidente afirmou que a subida do dólar preocupa, mas que “há um jogo de especulação”.
“Estamos discutindo o que fazer, porque não é normal o que está acontecendo”, disse em entrevista à Rádio Sociedade de Salvador, onde anuncia investimentos do governo federal na Bahia.
VEJA TAMBÉM:
Na segunda (1º), o dólar terminou o dia a R$ 5,65 por conta de críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em que reclamou que tomou posse ainda com o indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Como é que pode o presidente da República ganhar as eleições e depois não poder indicar o presidente do Banco Central? Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Não é correto isso”, disse Lula em entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana (BA).
Lula disse ainda que “quem quer o Banco Central autônomo é o mercado, que faz parte do Copom, que determina meta de inflação, política de juro”.
Nesta terça (2), Lula afirmou que esta crise da escalada do dólar foi inventada com a culpa sendo jogada sobre ele. O petista ainda sinalizou que acredita que o Banco Central pode ter sido apoderado pelo mercado financeiro.
“Se você é um presidente democrata, você permite que isso [autonomia] aconteça sem nenhum problema. Agora, quando você é autoritário, você resolve fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado. O Banco Central não pode estar a serviço do sistema financeiro”, disparou o presidente.
O presidente afirmou, ainda, que não pode fazer nada enquanto não acaba o mandato de Campos Neto, já que ele foi indicado e aprovado pelo Congresso, mas que “temos que fazer alguma coisa”.
“Não posso falar aqui o que [tem que se fazer], senão estaria alertando meus adversários”, pontuou questionando as decisões da autarquia mesmo com os dados positivos da economia, como o avanço do PIB acima do previsto pelo mercado, queda do desemprego, crescimento da massa salarial, entre outros.