O dólar registrou o segundo pregão seguido de alta contra o real em dia de clássico movimento de aversão ao risco, no qual os agentes vendem ações e commodities e buscam proteção e liquidez na moeda americana.
A moeda norte-americana era vendida a R$ 1,904, com valorização de 1,16% frente ao real.
O dólar refletiu o pessimismo nas bolsas, com queda nos mercados asiático, americano e brasileiro. A Europa foi exceção, registrando alta no dia, graças ao bom desempenho de empresas do continente no segundo trimestre.
"A alta do dólar foi pontual, baseada na dúvida de que a demanda da China não tenha sustentação após rumores de um aperto no mercado de crédito no país", afirmou Mario Paiva, analista de câmbio da Corretora Liquidez.
A apreensão com o crescimento econômico da China provocou uma queda no preço das commodities, com o índice RJ/CRB recuando mais de 2%.
A divulgação de indicadores econômicos negativos nos Estados Unidos também pesou. As encomendas de bens duráveis no país caíram acima do esperado em junho. O Livro Bege, divulgado pelo Federal Reserve, apontou que o mercado de trabalho ainda está extremamente fraco, embora o ritmo de recessão tenha se estabilizado na maioria das áreas do país.
O Banco Central informou que o fluxo cambial para o Brasil em julho, até o dia 24, estava positivo em 491 milhões de dólares.
A entrada líquida de recursos para o país é resultado de saldo financeiro positivo de US$ 3,176 bilhões e déficit de US$ 2,686 bilhões no segmento comercial.
Para Paiva, da Liquidez, o fluxo de recursos para o Brasil deve continuar positivo diante da expectativa de novas captações no mercado acionário local.
O banco Santander anunciou que planeja vender 15% da unidade brasileira por meio de uma oferta de ações no mercado doméstico.
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