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Dupla dinâmica

Donos do UFC podem ganhar US$ 1,5 bilhão com estreia na Bolsa

Endeavor é dona do UFC desde 2016 (Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo)

Ari Emanuel e Patrick Whitesell construíram suas carreiras negociando contratos para algumas das maiores celebridades mundiais. Agora estão prestes a assinar o maior de todos os contratos, mas, desta vez, quem vai levar uma bolada milionária são eles mesmos.

A dupla de executivos e mais alguns parceiros seniores têm uma participação acionária no Endeavor Group – dono do UFC e representante de astros dos esportes como Tom Brady, Serena Williams e LeBron James – que valerá pelo menos US$ 1,5 bilhão se a listagem da empresa na Bolsa ficar no meio termo das projeções do mercado. Emanuel e Whitesell também devem colher vários milhões de dólares em salários e bônus nos próximos anos.

Gigante de mídia

Com a oferta pública de ações, a Endeavor deverá fazer história em Hollywood como a primeira agência de talentos a se transformar num gigante de mídia. A companhia com sede em Beverly Hills faturou US$ 3,6 bilhões no ano passado e se dedica a administrar ligas esportivas, eventos de moda e representação de clientes que incluem estrelas do YouTube e atletas profissionais. Em 2018, a Endeavor teve lucro de US$ 317 milhões após quatro anos consecutivos no vermelho.

A estreia na Bolsa deve levantar até US$ 619 milhões e catapultar o valor da empresa para US$ 7,6 bilhões, segundo informações contidas num relatório apresentado nesta semana às autoridades regulatórias. Os dois sócios e o fundo de investimentos Silver Lake Partners, parceiro desde 2012, vão controlar a empresa a partir de uma classe especial de ações.

Emanuel, de 58 anos, fundou a Endeavor em 1995 com três colegas da International Creative Management, uma das maiores agências de talentos de Hollywood. Whitesell, 54, se uniu a ele cinco anos mais tarde. Juntos, compraram mais de 20 negócios na última década, incluindo uma fusão com a agência centenária William Morris, em 2009, e a aquisição, em 2016, por US$ 4 bilhões, do Ultimate Fighting Championship (UFC), o maior promotor de artes marciais do mundo.

“Vimos a oportunidade de usar a disrupção em nosso benefício e construir uma empresa voltada para onde o mundo está indo”, escreveu Emanuel no documento de registro do IPO.

Recentemente, a Endeavor devolveu US$ 400 milhões de dólares para um fundo de investimentos da Arábia Saudita por causa do envolvimento do governo do país árabe com o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Bônus, bônus

Whitesell e Emanuel vão receber, cada um, salário anual de US$ 4 milhões e um seguro de outros US$ 4 milhões, em caso de morte. Whitesell, presidente do Conselho de Administração, deve receber bônus anual de no mínimo US$ 2 milhões. Emanuel, CEO, ficará elegível para um bônus de US$ 6 milhões, condicionado aos resultados.

Emanuel, que é irmão do ex-prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, tem fortes incentivos para fazer crescer o valor de mercado da Endeavor e de sua subsdiária, o UFC. Ele poderá receber até US$ 23 milhões em ações quando o valor de mercado da Endeavor atingir US$ 7,53 bilhões. Pela próxima década, deverá ganhar também pagamentos adicionais, cada um de até US$ 14 milhões, caso o valor de mercado da Endeavor e do UFC ultrapasse alguns patamares.

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