A Embraer pode desenvolver nos próximos anos um avião maior que ficaria entre os segmentos atendidos por ela atualmente e pelas gigantes Boeing e Airbus. No momento, a fabricante brasileira avalia o mercado e entende que no futuro poderá fazer o jato "com ou sem parceiros", afirmou o vice-presidente de finanças da empresa nesta terça-feira.
"No futuro, certamente, teremos que ter algumas definições... Desenvolver um avião maior talvez sim, sozinhos ou em conjunto, é uma coisa a ser definida", disse Antonio Luiz Pizarro Manso, em teleconferência sobre os resultados de terceiro trimestre da companhia.
"A gente entende que o mercado hoje está sendo perfeitamente atendido pelos aviões atuais, o (Boeing) 737, o (Airbus) A320. Nesse momento, nossa estratégia é aguardar, inclusive um dos pontos para qualquer definição futura é o problema do motor, o motor até hoje não é claramente definido qual o melhor motor a ser aplicado", disse o executivo sem dar mais detalhes.
O executivo respondeu a perguntas sobre comentários do presidente da Airbus, Thomas Enders, feitos na véspera sobre uma eventual parceria da companhia européia com a Embraer no desenvolvimento de novo modelo ou em serviços. Na ocasião, o executivo citou que sua empresa tem relação próxima com a Embraer e comentou que "quem sabe no futuro possamos desenvolver alguma coisa juntos".
"É muito importante entender que a Embraer e a EADS (grupo do qual a Airbus faz parte) têm uma parceria de 10 anos. Eles já foram acionistas da Embraer, depois a EADS se tornou nossa sócia em uma empresa em Portugal. Conversas a gente sempre tem, mas não há nenhuma definição específica agora", disse Pizarro. "Estamos avaliando o mercado. Não temos definição no curto prazo. Certamente, no futuro, pode ser, com ou sem parceiros", acrescentou o executivo brasileiro sobre eventual novo modelo.
Atualmente, o maior modelo de avião comercial da Embraer, o 195, tem capacidade para cerca de 120 passageiros e é voltado para companhias aéreas regionais. Enquanto isso, a menor família de aviões da Airbus é a A320, com aeronaves com capacidades entre 107 e 185 passageiros.
Crise financeira
A crise financeira internacional ainda não surtiu efeitos de cancelamentos de pedidos da Embraer, mas já provocou alguns adiamentos de entregas, disse Pizarro. Por conta da escassez de crédito a companhia avalia concessão de empréstimo-ponto e financiamentos de curto de prazo para apoiar pedidos de clientes.
"Estamos vendo que o mercado está realmente com processo de retenção de financiamento de alguns clientes e isso, certamente nos próximos três a oito meses nós teremos uma definição mais clara do que pode acontecer", afirmou.
Ele disse que os financiamentos não serão duradouros e sim empréstimos-ponte, de curto prazo, "até que o mercado se restabeleça".
"É uma possibilidade (a Embraer conceder financiamentos), sim, mas ainda não temos definição neste momento."
A companhia entregou no trimestre passado 48 jatos, um a mais que no mesmo período de 2007, e manteve previsão de entregas em 2008 de entre 195 e 200 aviões. A empresa realiza entre quarta e quinta-feira evento com investidores em sua fábrica onde pretende divulgar projeções para 2009.
Em comunicado separado, a Embraer divulgou previsão para o mercado chinês de aviação nos próximos 20 anos, no qual vê demanda para 875 novas aeronaves regionais, das quais 120 com capacidade para 30 a 60 assentos, 295 com 61 a 90 lugares e 460 de 91 a 120 assentos.
STF poderá forçar governo a tomar medidas mais efetivas contra danos das bets
Com argumentos de planos de saúde, associações de autistas fazem lobby negacionista com governo Lula
Novo “AeroLula”? Caso do avião presidencial no México reacende debate
“Precipitada” e “inconsistente”: como economistas reagiram à melhora da nota do Brasil
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião