Elas são mais de 18 mil integrantes e crescem em progressão geométrica. O Clube da Alice começou com a reunião despretensiosa de oito parceiras de profissões variadas, na intenção de fortalecer relações comerciais e estabelecer vínculos de apoio mútuo. “Como se fosse uma espécie de maçonaria feminina”, conta a produtora de eventos Monica Balestieri Berlitz, criadora do grupo fechado que compartilha dicas de negócios e serviços no Facebook.
Apaixonada pela personagem Alice, da obra de Lewis Carroll (Alice no País das Maravilhas, de 1865), Monica tomou a iniciativa para ampliar o leque de abordagens dos grupos de que já participava e ir além das discussões sobre rotina doméstica e criação de filhos. “Toda mulher é um pouco Alice, curiosa e questionadora”, diz. A proposta era conquistar benefícios comerciais aos integrantes do clube, negociando descontos, além de promover a convivência e a troca de experiências.
Nos primeiros seis meses, pouco mais de 2 mil mulheres aderiram à proposta, convidadas pelas Alices integrantes e submetidas à aprovação das mediadoras. Das oito iniciais, quatro permaneceram na função: além de Mônica, a designer e empresária Thayza Melo, a fotógrafa Luciana Picanço e a artista plástica Georgete Zelawoski. Aos poucos, cada nova Alice integrada ampliou o circuito, agregando amigas e compartilhando informações sobre produtos, serviços, novidades e descobertas. O resultado foi uma explosão de Alices, que optam por girar a economia entre os próprios empreendimentos, em uma rede.
Em outubro, o clube completa um ano de atividade e fomento ao empreendedorismo feminino. Estabelecidas as regras de postagem, as moças distribuem e consomem os produtos e serviços umas das outras, além de promoverem ações filantrópicas e rodadas de negócio.
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A primeira feira, organizada em um restaurante, reuniu 140 expositores. Canecas com o tema do clube e bijuterias que ajudam a identificar as integrantes no dia a dia também foram produzidas. A próxima empreitada será a Agenda do Clube da Alice, que reunirá as atividades das associadas e deve ser lançada até o fim do mês, para marcar o primeiro aniversário.
A organização dos produtos e serviços das Alices também deve ganhar uma versão digital, em formato de aplicativo, para listagem dos empreendimentos e dicas. “Hoje ainda é difícil localizar uma postagem ou um determinado negócio que foi divulgado há mais tempo”, diz Thayza Melo, dona da Happy Things, empresa de design que está finalizando a agenda em papel.
O crescimento abrupto do clube tem exigido bastante das organizadoras, nenhuma delas com experiência em negócios digitais, sociabilização e engajamento, como o Clube da Alice sugere. “Estamos aprendendo juntas, formatando novos projetos. A ideia é manter o clima amigável e estimulante”, diz Monica.