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AQUISIÇÃO

Grandes empresas compram startups para inovar e entrar em novos mercados

Parte da startup HiT, que foca na área de saúde, foi comprada pela Positivo. Sérgio Rogal Jr e Marcus Figueredo, sócios da  empreitada, comemoram | Antônio More/Gazeta do Povo
Parte da startup HiT, que foca na área de saúde, foi comprada pela Positivo. Sérgio Rogal Jr e Marcus Figueredo, sócios da empreitada, comemoram (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Empresas como Unilever, General Motors e Kroton têm mais em comum além de serem umas das líderes em seus setores de atuação. Se até pouco tempo atrás essas companhias estavam de olho em concorrentes vulneráveis, agora elas estão desembolsando milhões para comprar startups, negócios de base tecnológica com grande potencial de crescimento que funcionam com equipe enxuta, custos reduzidos e estratégia voltada para a inovação.

A nova tendência surgiu a partir do momento que grandes empresas perceberam que as startups estão um passo a frente quando o assunto é inovação. Para Steve Blank, um dos maiores especialistas em empreendedorismo, ficou mais difícil para as grandes corporações criarem inovações disruptivas no século XXI.

Segundo artigo publicado em seu blog, as grandes empresas são muito boas em manter e aperfeiçoar modelos de negócios existentes, mas fracas em identificar novas oportunidades. Isso acontece porque elas têm a atenção voltada para gerar valor imediato para seus acionistas e o investimento em inovação depende de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no longo prazo.

Para quem não quer cair nesse erro, a solução encontrada foi comprar startups com modelo de negócio sólido e base de clientes significante. “Há um número cada vez maior de startups que estão crescendo e incomodando empresas tradicionais. É uma estratégia para garantir a liderança e a continuidade do seu negócio”, explica Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor no Brasil.

A entrada em segmentos inexplorados sem ter que começar do zero também é um dos fatores que motiva uma grande empresa a comprar uma startup. Em julho, a Unilever comprou a startup americana Dollar Shave Club por US$ 1 bilhão e entrou nos segmentos de lâminas de barbear e clubes de assinatura, em um claro movimento para brigar de frente com a concorrente Procter&Gamble, dona da marca Gillette.

Foi o que fez também a Positivo Informática. A empresa paranaense comprou 50% da startup curitibana Hi Technologies (HiT) em abril para entrar na área de tecnologia aplicada à saúde. A startup desenvolve soluções em software e hardware para monitoramento remoto de pacientes, como oxímetros, aparelhos para acompanhamento de partos, sistemas de laudos de eletrocardiogramas e detectores de apnéia do sono.

“A HiT, apesar de ser uma startup, é uma empresa muito consistente. Já éramos operacional, já estávamos inseridos no mercado, já tínhamos certificados. Estamos há mais de 10 anos sobrevivendo num mercado dominando por grandes empresas”, diz Marcus Figueredo, CEO e cofundador da startup, ao elencar os motivos que levaram à aquisição. A HiT começou em 2004 com um investimento de R$ 2,5 mil e já estava presente em 22 estados e tem mais de 100 clientes.

Incorporar novas tecnologias as já existentes também motivam as aquisições. No início deste ano, por exemplo, a General Motors comprou a Cruise Automation, uma startup de veículos autônomos dos Estados Unidos. Já a Kroton, maior empresa de educação do Brasil, comprou a sua fornecedora de plataformas de ensino, a Studiare, por R$ 4,1 milhões em 2015.

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