Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Pnad Contínua

Empregos com salário menor crescem no país

 |

Apesar do fraco desempenho da economia nos 12 meses encerrados em junho deste ano, com o PIB tendo variado apenas 1,4%, o mercado de trabalho gerou 1,5 milhão de vagas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), indicador nacional sobre mercado de trabalho, feita trimestralmente pelo IBGE.

A taxa de desemprego para o país recuou de 7,4%, no segundo trimestre de 2013, para 6,8% no segundo trimestre deste ano. Na comparação com o primeiro trimestre de 2014, a queda foi de 0,3 ponto percentual. A Pnad Contínua do segundo trimestre saiu com dois meses de atraso devido à greve do IBGE, de maio a agosto. A pesquisa mostrou forte criação de empregos com carteira assinada – 1,7 milhão –, boa parte deles substituindo informais, que passaram a ter menos 530 mil vagas.

A evolução, porém, mostra que a criação de empregos formais deu-se nos segmentos com até 1,5 salário mínimo, enquanto os postos de maior rendimento estão fechando, segundo especialistas, com base em dados do Ministério do Trabalho. "Está havendo uma substituição do emprego de alto pelo de baixo salário", diz Marcel Caparoz, economista da RC Consultores. "No período, enquanto houve forte geração de vagas até 1,5 salário, cortaram-se 600 mil vagas acima disso, com impacto negativo na economia", afirma.

O Nordeste liderou a criação de vagas no país nos 12 meses encerrados em junho. De 1,5 milhão de novas vagas no país, 1 milhão foi criado na região, que viu o total de empregos crescer 4,6%, ante 1,6% no país. "O mercado de trabalho não está ruim como se achava graças ao Nordeste, no comércio e em serviços", diz Fernando Holanda Barbosa Filho, do Ibre/FGV. "Sul e Sudeste estão desacelerando na criação de novos postos, como reflexo das dificuldades da indústria, com presença mais forte nessas áreas."

A geração de renda creditada ao Bolsa Família contribui para o dinamismo do Nordeste, diz Caparoz. "Com a renda maior, a economia gira, e leva comerciantes e prestadores de serviço a contratar mais gente." O bom desempenho do mercado de trabalho nordestino resultou em forte recuo na taxa de desocupação, de 10% para 8,8%, mas ainda é a maior entre as cinco regiões.

A Pnad mostra, ainda, um forte ingresso das mulheres nas novas vagas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A taxa de desocupação entre as mulheres caiu de 9,3% para 8,2%, ao passo que, entre os homens, foi de 6% para 5,8%.

Mudança

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.