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Oferta de ações

Cada vez mais empresas brasileiras na Bolsa querem você como sócio

(Foto: Pixabay)

A combinação de juro em baixa - a taxa Selic vem caindo desde agosto de 2016 - e a expectativa de melhoria nas condições da economia está levando mais investidores nacionais ao mercado de ações. As ofertas nos três primeiros trimestres já movimentaram R$ 57,6 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

O resultado alcançado nos nove meses de 2019 já supera em quatro vezes o volume registrado no ano passado inteiro e é o terceiro maior da série histórica da entidade. São R$ 57,6 bilhões, sendo R$ 53,1 bilhões em follow-ons (ofertas de empresas que já são listadas na Bolsa) e R$ 4,5 bilhões em IPOs (ofertas de empresas que estão entrando na Bolsa).

Até agora foram três operações: o grupo SBF, dona da rede de lojas de  material esportivo Centauro; a Neoenergia e a Vivara. E mais duas devem acontecer até o final do mês: a C&A e o banco BMG, encerrando o ano com quatro operações, uma a mais do que no ano passado. “E mais operações devem vir nos próximos meses”, avalia Jeferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

“Este ano tem sido excepcional em termos de emissões, o que reafirma a força do mercado de capitais para o financiamento das companhias brasileiras”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da associação.

Os IPOs do ano

A primeira operação do ano envolveu o grupo SBF. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foram movimentados R$ 772 milhões. A previsão era de que mais da metade dos recursos fossem direcionados para o pagamento de dívidas, 30% para a reforma e abertura de lojas da Centauro, 10% para reforçar o capital de giro e 9% para o fortalecimento de negócios omnichannel.

Em julho, foi a vez da Neoenergia, formada por distribuidoreas de energia na Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A operação movimentou R$ 3,7 bilhões e os recursos foram para os acionistas.

A mais recente operação foi a da rede de joalherias Vivara, realizada nesta semana. A captação, segundo o jornal Valor, será de R$ 2,04 bilhões, dos quais R$ 455 milhões irão para o caixa da companhia e o restante para a família Kaufman, controladora das lojas.

Outros IPOs aguardados para as próximas semanas são as da varejista C&A e a do banco BMG. A expectativa da primeira é de captar cerca de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 861,3 milhões na oferta primária. Os recursos serão direcionados para o pré-pagamento de empresas do mesmo grupo e para a expansão orgânica.

A instituição financeira divulgou na sexta-feira passada seu prospecto preliminar. A previsão é de movimentar cerca de R$ 1,5 bilhão, que serão direcionados para o desenvolvimento de novos produtos, inovações tecnológicas e marketing.

Outra empresa que está com planos de fazer seu IPO, de acordo com o jornal Valor, é a Locaweb, empresa de serviços de tecnologia e hospedagem de sites. A empresa começou a montar o grupo de bancos responsável pela operação.

Investidores nacionais compram mais ações

Boa parte dessa oferta de ações está sendo absorvida por investidores brasileiros, diz Laatus. “Eles estão com maior liquidez.” Por outro lado, os investidores estrangeiros têm se mostrado mais reticentes. Desde o início do ano, até o dia 9, eles já retiraram R$ 28,359 bilhões da B3.

“O cenário externo incerto, motivado por questões como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o Brexit está fazendo com que os grandes investidores internacionais destinem seus recursos a aplicações mais seguras”, diz Laatus. Algumas das principais estratégias de investimento deles são o ouro e os títulos americanos.

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