O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta sexta (18) a reforma da governança do FMI (Fundo Monetário Internacional), uma antiga reivindicação do Brasil e de outros países emergentes. A decisão abre caminho para atualizar a participação dos países nos processos decisórios da instituição, refletindo o peso de cada um na economia global.
A reforma foi aprovada em 2010, mas dependia da ratificação dos EUA, que detém 16,7% dos votos. Depois de anos de resistência da oposição republicana, o aval do Congresso à reforma do FMI foi incluído num acordo abrangente sobre o orçamento, que foi aprovado nesta sexta (18). A decisão dá fim a um impasse que gerou tensões entre o FMI e os EUA e contínuos protestos dos emergentes.
O projeto de reformas de 2010 dobra a contribuição dos países ao FMI e permite a realocação dos votos, dando mais voz aos emergentes. O aumento mais significativo é o da China, cujo poder de voto passa de 3,8% para 6%. No caso do Brasil, ele cresce de 1,71% para 2,21%. A parcela dos EUA cai de 16,7% para 16,5%. As perdas mais significativas em poder de voto são dos países europeus.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, saudou o fim do impasse. A demora na reforma da governança do Fundo era uma de suas maiores frustrações, que ela expressava em público sempre que podia.
Em comunicado, ela disse que a decisão do Congresso americano é um “passo crucial” para fortalecer o papel do Fundo em apoio à estabilidade financeira mundial.
“As reformas aumentam de forma significativa os recursos do FMI, permitindo que respondamos a crises de forma mais eficiente, e também melhora a governança do FMI ao refletir o crescente papel dinâmico de países emergentes e em desenvolvimento na economia global”, afirmou Lagarde. “Um FMI mais representativo e moderno estará ainda mais equipado para atender às necessidades de seus 188 membros no século 21”.
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