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Investimentos

Alta da bolsa atrai novos investidores, mas perspectiva de “ganho fácil” diminui

 | Hugo Arce/Fotos Públicas
(Foto: Hugo Arce/Fotos Públicas)

Depois de amargar três anos de quedas consecutivas, a Bolsa de Valores voltou a crescer em 2016. No acumulado do ano, o mercado de ações teve uma alta de 34,7%, superando a marca dos 57 mil pontos do Ibovespa, o principal índice brasileiro. A performance chamou a atenção dos investidores pessoa física, que aumentaram a sua participação no volume negociado em 19,6% em julho, o mais alto porcentual mensal dos últimos quatro anos.

Mas, para analistas financeiros, quem chegou à Bovespa a essa altura terá menos chances de encontrar “pechinchas” no mercado. “Os investidores pessoa física costumam procurar ações relativamente baratas e que subam no curto prazo. Só que, com a recuperação registrada ao longo do ano, achar essas oportunidades ficou bem mais difícil”, avalia George Sales, professor de Mercado Financeiro da Faculdade Fipecafi.

Depois de uma alta considerável, a expectativa das consultorias é que haja uma desaceleração do crescimento do índice até o fim deste ano, quando o mercado financeiro deverá alcançar máximas de 60 mil pontos. Mesmo que a previsão se confirme, o Ibovespa ficará abaixo de seu recorde histórico, que foi de 73.516 pontos, registrados em maio de 2008.

Para alguns economistas, o atual cenário aponta para um mercado de ações nem caro e nem barato, mas dentro dos patamares esperados. De acordo com o assessor da Toro Investimentos Tiago Souza, as altas da bolsa foram puxadas pelo desempenho das empresas brasileiras em que o governo tem participação majoritária, como a Petrobras e a Vale, que subiram 75% e 52%, respectivamente.

Reflexo da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que é dado como certo pelo mercado financeiro, e da escolha da equipe econômica, os papéis dessas duas empresas tendem a continuar apresentando resultados positivos. Para Souza, outro setor que se destaca é o financeiro, que teve um desempenho de 48% de alta no acumulado do ano e deve ultrapassar os ganhos do Ibovespa.

Para o professor da Fipecafi, a retomada da confiança do consumidor deve incentivar a melhora do setor do varejo, que ficou esquecido com o crédito mais caro e o menor incentivo ao consumo. “As más notícias da economia fizeram as famílias rever os seus hábitos, mas com os indicadores de emprego mais altos e com um nível salarial mais alto a tendência é que a situação dessas empresas também melhore.”

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