Apesar do agravamento da crise política, com a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na quarta-feira (2), o investidor deve manter a calma e evitar correr riscos, segundo analistas financeiros consultados pela Gazeta do Povo.
Nesse cenário de incertezas, a melhor dica é apostar em títulos de renda fixa que tragam um rendimento maior que o da poupança – em particular, o Tesouro Direto Selic e os fundos de renda fixa, afirma Alexandre Espírito Santo, da Órama investimentos e professor do Ibmec. “Mesmo com o desconto do Imposto de Renda, essas opções são melhores que a caderneta”, afirma.
A poupança fechará o ano com rendimento próximo de 7,8%, valor inferior à inflação, que deverá superar os 10% no mesmo período. Embora seja o investimento mais seguro, a aplicação é a que tem o menor rendimento, sendo, portanto, a menos indicada.
Com relação à renda fixa, o especialista afirma que não há risco de o governo descumprir com as suas obrigações. “Não precisa ter receio porque, apesar de todos os problemas que estamos passando, o nosso sistema financeiro é bem sólido”, diz.
O Tesouro Direto Selic remunera os investidores conforme a variação da taxa básica de juros, que está fixada em 14,25% ao ano. Essas aplicações têm a incidência do IR regressivo, que vai de 22,5% a 15% sobre os rendimentos, dependendo do tempo que o dinheiro ficar aplicado.
As opções de investimentos, porém, vão além desta modalidade. O economista da NeoValue Investimentos Alexandre Cabral sugere que, para as pessoas que podem deixar o dinheiro por pelo menos seis meses sem retirar as aplicações, as Letras de Crédito Agrícola (LCA) e Imobiliária (LCI) devem ser consideradas. Os rendimentos têm como base o CDI, taxa muito próxima da Selic, mas não sofrem com a incidência do IR.
Já para quem procura opções de médio e longo prazo, o economista indica o Tesouro IPCA, que tem o seu rendimento atrelado à variação da inflação e papéis com vencimento a partir de 2019.
Bolsa é arriscada
A abertura do impeachment resultou em euforia na Bolsa de Valores. Mas não se engane. Para quem está fora do mercado financeiro e não tem experiência com ações, o analista Alexandre Espírito Santo sugere fugir da renda variável. “A Bolsa é muito sensível a esses eventos políticos. A volatilidade é grande e, a não ser para quem tem experiência e está acostumado com o sobe e desce, o melhor é não fazer qualquer aplicação.”
Investimentos
Veja dicas do que fazer com o seu dinheiro em meio ao cenário político adverso:
- Se você tem um montante aplicado na poupança, redirecione para outras opções de renda fixa com maior rendimento, como o Tesouro Direto.
- Para quem pode esperar o médio e longo prazos, as Letras de Crédito Agrícola e Imobiliário e o Tesouro IPCA são algumas alternativas.
- Não se deixe levar pela euforia da Bolsa de Valores. Se você não tem experiência com ações, evite entrar no mundo da renda variável.
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