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A agencia de classificação de risco Fitch estima que o déficit primário do governo central deve fechar o ano em déficit equivalente a 2,2% do PIB, depois de um 2022 com superávit de 0,5% do PIB. De acordo com o relatório, apresentado nesta sexta-feira (15) a deterioração fiscal país em 2023 em função do fraco crescimento das receitas do governo e o “grande aumento dos gastos“.
“As autoridades tem, até o momento, resistido a a pressões para mudar a meta fiscal, mas isso permanece sendo uma possibilidade para 2024 quando a situação das receitas deve ficar mais clara“, diz o relatório. E a Fitch ainda acrescenta que “as aparentes ambiguidades no novo arcabouço e as possíveis mudanças nas metas podem minar as eficácia do marco fiscal como âncora de consolidação fiscal".
Porém, a Fitch destaca que o número sofre o efeito de 0,9 pontos percentuais do pagamento de precatórios atrasados. Se considerados os pagamentos de juros, a estimativa fica em -8%, o que está “bastante acima do média dos (países com classificação) BB, que é de 3,3%”, alerta.
Também foi destacado no documento, o controle da inflação, mas com destaque para "desancoragem das expectativas" relacionadas à pressão sobre os preçosco que apontam as “incertezas fiscais” como principal problema. “Isso tem reforçado o viés de cautela do Banco Central do Brasil, e a Fitch acredita que a autarquia pode adotar um ritmo mais lento de afrouxamento (monetário) caso as condições externas e a política doméstica aprofundem a desancoragem nas expectativas de inflação“, destaca o relatório.