França e Alemanha preparam o anúncio de uma série de medidas para controlar o contágio da crise financeira na Europa. As ações serão anunciadas na terça-feira, em uma reunião bilateral entre o presidente Nicolas Sarkozy e a chanceler Angela Merkel, que estudam medidas para ampliar a integração na governança da União Europeia. Entre as medidas, deve constar a proibição das vendas de títulos financeiros a descoberto nas bolsas de valores de todo o território europeu.
A proibição de parte dos derivativos que alimentam a especulação nos mercados foi adotada na quinta-feira pela Autoridade Europeia de Mercados Financeiros (Esma) e já entrou em vigor ontem em quatro países - França, Bélgica, Itália e Espanha. Em resposta, as bolsas do continente registraram fortes altas.
O resultado do primeiro dia animou os líderes do continente. "Eu saúdo a decisão tomada pela Esma de proibir a venda a descoberto", disse o ministro da Economia da França, François Baroin, deixando escapar que as medidas podem ir além. "O regulamento europeu sobre as vendas a descoberto e dos derivativos de créditos soberanos em negociação deve ser adotado rapidamente para permitir avanços ambiciosos."
Em Berlim, um porta-voz do governo alemão afirmou que o país está de acordo com a extensão da proibição das vendas a descoberto na UE para negócios envolvendo ações, obrigações de Estado e Credit Default Swaps (CDS). "Nós defendemos uma proibição de grande amplitude sobre as vendas a descoberto sobre as ações, as obrigações soberanas e os CDS", disse à agência Reuters o porta-voz do Ministério da Economia da Alemanha, Martin Kotthaus. Reino Unido, Áustria e Holanda se dizem contrários à medida, mas a Comissão Europeia informou que uma regulamentação geral está de fato em discussões.
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