Assista a trechos da entrevista coletiva de Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal
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A Itaú Unibanco Holding S.A, nova empresa resultante da fusão de Itaú e Unibanco, não terá programa de demissões de funcionários nem pretende fechar alguma das quase 4 mil agências dos dois bancos, segundo afirmaram nesta segunda-feira (3), Pedro Moreira Salles, presidente do Conselho de Administração do novo banco, e Roberto Setubal, presidente da instituição.
Segundo Moreira Salles, o foco da nova instituição é o crescimento e não a redução da estrutura atual dos dois bancos.
"Tem superposições, ninguém nega. Nós queremos é crescer, na medida em que o país permita isso. Acho que essa empresa, olhando três ou quatro anos à frente, terá mais funcionários do que tem hoje", disse. "Não haverá programas de demissão", afirmou Roberto Setubal.
Em entrevista coletiva na qual detalharam a operação anunciada nesta segunda, Setubal disse que a primeira medida concreta a ser adotada pela nova empresa é a integração dos caixas eletrônicos do Itaú e do Unibanco.
"Nosso primeiro objetivo no sentido de materializar para os clientes uma melhoria é a integração da rede de caixas eletrônicos. A integração total vai demorar algum tempo", afirmou. O executivo, no entanto, não estimou previsão de data para que a integração se torne realidade. "Precisamos primeiro da aprovação do Banco Central para começarmos a agir".
Já o diretor de Relações com Investidores do Itaú, Alfredo Egydio Setubal, disse, depois da entrevista coletiva, que a integração dos caixas eletrônicos - para que os atuais clientes do Itaú possam usar os caixas do Unibanco e vice-versa - deve demorar meses.
Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a fusão vai fortalecer o sistema bancário do país. "O BC entende que se trata de uma iniciativa que contribui para o fortalecimento do sistema financeiro nacional na atual conjuntura do mercado financeiro internacional", disse Meirelles, por meio de sua assessoria de imprensa.
Preços e tarifas
Em relação a preços e tarifas, os dois executivos disseram que alterações serão definidas de acordo com a reação do mercado. "Temos que ver como o mercado vai se acomodando", disse Setubal.
Segundo Moreira Salles, a rede de agências não diminuirá, será "somada". "Não há razão para ir fechando agência. Pode ter um ou outro caso particular, mas estamos falando de quase 4 mil agências e a gente pretende que continue assim. Companhia maior, mais robusta, mais rentável", afirmou.
Marcas
Setubal disse haverá uma "análise detalhada" para se determinar o uso a ser dado às marcas que as duas instituições detêm. Segundo ele, a definição de como as marcas serão utilizadas e de quais prevalecerão sobre outras dependerá de estudos e pesquisas de mercado a serem encomendadas pela instiuição.
"Temos várias marcas (Itaú, Unibanco, 30 Horas, Fininvest). Temos que entender como o cliente se relaciona com essa marca, o que ele valoriza, vê de bom. Tem que fazer análise detalhada, técnica, de forma que todo mundo fique atendido", declarou.
A administração compartilhada da nova empresa se dará "de forma natural", de acordo com Setubal, porque os dois bancos, segundo afirmou, têm histórias parecidas e são instituições "familiares, sólidas, muito bem focadas, conservadoras".
De acordo com Setubal, com a fusão, cria-se uma instituição "muito mais forte, com muito mais produtos para os clientes, mais pontos de venda". "Temos traços empresariais semelhantes. Isso cria a possibilidade de fazer uma fusão", declarou.
"Quando a gente olha as propostas (dos dois bancos), a forma como a gente acredita que a empresa deve ser administrada, a valorização do trabalho em equipe, são elementos que tem muito a ver. Apesar de algumas diferenças hoje, temos uma rara convergência no que estamos buscando", disse Setubal.
"Eu acho que o mais difícil será integrar cariocas e paulistas. Se nós conseguirmos isso, o mundo nos aguarda", brincou Moreira Salles.
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