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Governo eleva teto de juros do consignado do INSS para 1,80% ao mês

Governo eleva teto de juros do consignado do INSS
Teto de juros do consignado para aposentados e pensionistas do INSS subiu de 1,66% para 1,80% ao mês. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil.)

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O Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou nesta quinta-feira (9) o aumento no teto de juros do consignado para aposentados e pensionistas do INSS de 1,66% para 1,80% ao mês. A alteração ocorre após os bancos suspenderem essa modalidade de crédito.

Após o anúncio do conselho, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que o patamar definido "não suporta a estrutura de custos da linha de consignado do INSS não permitirá que as instituições financeiras consigam atender a toda a demanda de crédito".

No fim de 2024, instituições como Banco do Brasil, Itaú, Santander, Pan, BMG, Mercantil e Banrisul interromperam a oferta do consignado do INSS, porque o teto de 1,66% – em vigor desde junho de 2024 – não cobria mais os custos da operação.

O custo de captação subiu devido à alta da Selic (taxa básica de juros da economia. Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou os juros básicos de 11,25% para 12,25% ao ano.

O representante das instituições financeiras foi o único a votar contra a medida na reunião desta tarde, alegando descompasso entre os juros do consignado e a realidade do mercado financeiro. O placar da votação ficou em 13 votos a 1.

Os bancos defendem que o teto deveria ser de 1,99% ao mês para permitir a retomada parcial das concessões, excluindo aposentados por invalidez com mais de 70 anos. O teto dos juros para o cartão de crédito consignado foi mantido em 2,46% ao mês.

As medidas entrarão em vigor cinco dias após a instrução normativa ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), o que ocorrerá nos próximos dias, informou a Agência Brasil.

Febraban diz que novo teto do consignado do INSS é insuficiente

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontou “falta de racionalidade econômica” na decisão do conselho que definiu o novo teto. A entidade considera que a mudança não será suficiente para absorver os custos da linha de consignado do INSS.

"Infelizmente, a falta de racionalidade econômica na fixação do teto do INSS tem prejudicado o atendimento daqueles que apresentam maior risco, com idade elevada, bem como operações para aposentados que recebem benefícios em valores menores", disse a Febraban, em nota.

Além disso, a entidade afirmou que o novo teto manterá a linha de consignado do INSS com rentabilidade negativa para a maior parte das faixas etárias do público elegível. "Basta notar que as concessões dessa modalidade de empréstimo têm se reduzido mensalmente e o último mês de dezembro foi o pior nos últimos 3 anos, com queda de 27% na concessão em relação à média mensal de janeiro a novembro de 2024", destacou a Febraban.

Teto de juros do consignado não acompanhou alta da Selic

Em agosto de 2023, quando o BC começou a cortar a Selic, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou que os juros do consignado acompanhariam o movimento. O Copom interrompeu o ciclo de cortes em junho do ano passado.

Em setembro, o BC aumentou a taxa de juros pela primeira vez no terceiro mandato do presidente Lula (PT), mas os juros do consignado do INSS não seguiram a evolução da Selic. Desde junho de 2024, o teto do consignado estava em 1,66%.

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