Medidas que o governo já adotou para ajudar a restabelecer o crédito
- Liberou R$ 7 bilhões do FGTS para capitalizar o BNDES e garantir a manutenção do crédito
- Mudança de regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) injetou mais R$ 5,5 bilhões no crédito rural para garantir o plantio. O Banco do Brasil já havia decidido antecipar a liberação de R$ 5 bilhões para a agricultura previstos para esta safra
- Governo anunciou um programa de financiamento de capital de giro para as construtoras que pode chegar a R$ 11 bilhões
- Banco do Brasil vai fornecer empréstimos de R$ 4 bilhões aos bancos das montadoras e outros R$ 5 bilhões para capital de giro de médias e pequenas empresas
- BNDES terá linha de financiamentos de R$ 10 bilhões para capital de giro de médias e grandes empresas, empréstimos de pré-embarque e empréstimos-pontes
- Ampliou o prazo de pagamento de alguns impostos federais, o que deve significar um alívio de R$ 21 bilhões para as empresas
- Fechou, por meio da Caixa Econômica Federal, parceria com redes varejistas para financiar R$ 2 bilhões em bens de consumo para a população
O governo já gastou aproximadamente R$ 176 bilhões para prover liquidez ao mercado e combater os efeitos da crise financeira no Brasil. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o BC injetou US$ 46,5 bilhões (R$ 106 bilhões, pela cotação de sexta-feira) na realização de leilões de dólares e na venda da moeda no mercado à vista, além de empréstimos voltados a linhas de comércio exterior. Nas últimas semanas, o governo já havia gasto cerca de R$ 70 bilhões para ajudar a restabelecer o crédito em outros setores.
De acordo com Meirelles, do total de US$ 46,5 bilhões usados pelo governo para tentar conter a alta do dólar, US$ 30 bilhões foram destinado pelo BC para a realização de leilões de swaps (contratos de dólar). Para empréstimos voltados a linhas de comércio exterior os recursos somam US$ 4,1 bilhões. No caso de vendas de dólares com compromisso de recompra o total é de US$ 5,8 bilhões e para o mercado à vista, de US$ 6,1 bilhões.
O presidente do BC enfatizou que quando atua no mercado a função da autoridade não é a de controlar a tendência da taxa de câmbio. "Este é um tipo de ação que no passado fracassou, inclusive no Brasil", comentou. O presidente do BC lembrou que quando adquiria dólares no mercado o propósito da instituição era o de acumular reserva que hoje, segundo ele, são "extraordinariamente importante".
Atualmente, o intuito do BC nas atuações é o de prover liquidez ao mercado. Dentre as operações citadas por Meirelles, ele enfatizou que a injeção de dólares à vista no mercado é a única que afeta as reservas internacionais, mas que, apesar disto, elas ainda são superiores a US$ 200 bilhões. O presidente do BC participou do IV Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Compulsório
Além desse total de R$ 176 bilhões, o governo já injetou R$ 56,068 bilhões por meio da liberação dos depósitos compulsórios na economia desde setembro, segundo relatório divulgado no início de novembro pela autoridade monetária.
Apesar das medidas, os bancos mantinham R$ 215,947 bilhões no BC na última sexta-feira, 14. Meirelles já havia sinalizado que, se necessário, poderiam ser anunciadas novas liberações desses recursos para ajudar a melhorar a liquidez do mercado brasileiro.
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