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Roberto Castello Branco

Governo Lula “é movido por ideologia” e “tem alergia ao mercado”, diz ex-diretor do BC

O economista Roberto Castello Branco (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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De acordo com o ex-diretor do Banco Central (BC)do Brasil, o economista Roberto Castello Branco, o governo Lula “é movido por ideologia” e “tem alergia ao mercado”. Para o economista, o governo petista “não tem qualquer preocupação com custos e com o aumento da produtividade”.

As declarações foram dadas durante entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo (Estadão) e publicada nesta segunda-feira (1).

Segundo análise do economista, o cenário fiscal e os resultados das empresas estatais tendem a piorar.

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“A economia brasileira vem crescendo lentamente ao longo dos últimos quarenta anos. Com isso, o Brasil ficou para trás. Nós fomos ultrapassados em renda per capita, em PIB (Produto Interno Bruto) per capita, por várias economias emergentes da América Latina, da Europa Oriental, da Ásia. Uma alavanca importante para o desenvolvimento econômico, que é o crescimento da produtividade, também cresce lentamente, o que explica uma parte dessa má performance. Além de não ter a menor preocupação com custos, o governo também não está preocupado com o crescimento da produtividade. Ele é movido ideologicamente, tem alergia ao mercado. Acredita firmemente que o importante é aumentar os gastos públicos. Isso provoca problemas no curto prazo, gera incertezas e acaba levando à manutenção de uma taxa real de juros elevada”, disse o economista ao Estadão.

O economista também criticou a política arrecadatória do governo e o “peso do Estado na economia”. 

“O governo fica cada vez maior, mais gordo. O [Fernando] Haddad (ministro da Fazenda), que é o homem do Lula, que foi o candidato à Presidência na ausência do Lula em 2018, fica colocando o tempo todo a culpa por todos os problemas nos outros. A última dele foi querer culpar o Congresso pelos males fiscais do País, porque o Legislativo devolveu uma Medida Provisória do governo que propunha um aumento da tributação no PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para o financiamento da Seguridade Social) das empresas, sem qualquer discussão prévia com os parlamentares e os empresários. Isso não se faz”, afirmou.

Quando questionado sobre a paralisação das privatizações, Castello Branco disse que a medida “prejudica o aumento da produtividade porque as empresas estatais são muito ineficientes”.

Castello Branco ainda criticou o intervencionismo do governo ao citar a recente troca de comando da Petrobras e as tentativas de emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, em alguma estatal.

Além de ser ex-diretor do BC, Castello Branco também é ex-diretor da Vale e já presidiu a Petrobras.

O economista chegou à Presidência da Petrobras em janeiro de 2019 por indicação do então ministro da Economia, Paulo Guedes. Em fevereiro de 2021, Castello Branco foi destituído do cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma série de aumentos nos preços dos combustíveis.

Após sua saída da petroleira, Castello Brando foi indicado por um grupo de acionistas da Vale para compor o conselho de administração da mineradora.

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