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Leilão suspenso

Governo suspende novos leilões de arroz e diz que alta de preços cedeu

Carlos Fávaro
Ministro Fávaro disse que governo vai monitorar preços e realizará leilão para compra apenas em caso de especulação. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, afirmou nesta quarta (3) que o governo decidiu suspender a realização de novos leilões para a compra de arroz importado após o primeiro ter sido anulado em junho por suspeitas de irregularidades.

Fávaro disse que a suspensão de novas compras se deu após o governo perceber que a alta de preços após a tragédia climática no Rio Grande do Sul cedeu nas últimas semanas. O ministro apontou que já é possível encontrar pacotes de 5 quilos a até R$ 25 pelo país, o que, diz, está dentro da normalidade.

“Com a sinalização e a disponibilidade do governo de comprar arroz importado e abastecer o mercado brasileiro, e a volta da normalidade de estradas [do RS], os preços já cederam e voltaram ao normal. Me parece que é mais plausível neste momento a gente monitorar o mercado e, não havendo especulação, não se faz mais necessário novos leilões”, disse Fávaro em entrevista à GloboNews.

De acordo com ele, um novo edital para a compra do grão no mercado externo está pronto, mas ficará engavetado por enquanto. O processo foi elaborado junto da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) após o primeiro leilão ter sido anulado após se constatar que empresas vencedoras não tinham capacidade técnico-financeira de operar as compras.

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Fávaro afirmou, ainda, que terá uma reunião com entidades de produtores de arroz nesta quarta (3) para “buscar alguns compromissos de estabilidade de preços”, e que elas mesmas vão dizer ao governo se será necessário algum tipo de intervenção no mercado.

O ministro da Agricultura pontuou também que o Plano Safra que será lançado à tarde terá uma linha especial para contratos de incentivo à produção do grão em outras partes do país, que ajude a reforçar a autossuficiência nacional.

A produção brasileira de arroz – de aproximadamente 10,5 milhões de toneladas, segundo Fávaro – é concentrada basicamente no Rio Grande do Sul, com 70% do montante; Santa Catarina, com 15%; e o restante em outros estados brasileiros.

Em meados de junho, o governo anulou o leilão que comprou 263 mil toneladas de arroz do exterior ao custo de R$ 1,3 bilhão, e cravou que iria realizar um novo certame após a correção das cláusulas do edital.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dizer que o processo foi anulado por “falcatrua numa empresa” e anunciou que o governo iria financiar a produção – o que se confirma com a declaração de Fávaro sobre uma das linhas do Plano Safra.

“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E, depois, tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá pra ser um preço exorbitante”, disse Lula em entrevista à rádio Meio de Teresina, no Piauí, há duas semanas.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou que o modelo adotado para o leilão só identificava as empresas vencedoras após os resultados da operação, intermediada pelas bolsas de cereais.

O leilão anulado levou à demissão do secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Neri Geller – que saiu disparando que foi usado como “bode expiatório” – e do diretor de operações da Conab, Thiago José dos Santos.

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