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Guedes afirma que fez sua parte, atribui críticas a negacionismo e diz que não “promete mais nada”
| Foto: Edu Andrade/Ascom/ME

Em coletiva de balanço de ações da sua pasta e de perspectivas para 2021, o ministro da Economia, Paulo Guedes, rebateu as críticas que têm recebido sobre não entregar tudo o que promete fazer. Ele ponderou que realmente não entregou tudo o que gostaria, mas argumentou que fez a sua parte, pois os projetos estão no Congresso. Ele atribuiu as críticas há uma "campanha negacionista, anticientífica" em curso.

"Você entrega 20 coisas e diz que não entregou nada?", questionou Guedes. "Estamos entregando sim. Há uma campanha negacionista, não científica [em curso]", reclamou, chamando parte dos críticos de "militantes, negacionistas". "Presidente Jair Bolsonaro só apanha. Dois anos de governo e nada de corrupção. Então, diz que o ministro dele, que é o apoio, não faz nada. Então provoca uma briga dele com outro ministro", continuou.

O ministro disse que o trabalho da equipe econômica está sendo reconhecido pelo mercado e que os indicadores mostram isso. "Não entregamos tudo o que nós gostaríamos, mas há um reconhecimento do nosso trabalho. Nos mercados, a bolsa de valores mesmo está chegando aos 120 mil [pontos]. O risco Brasil está nos menores níveis em cinco anos. Os juros estão a 2%. A economia está retomando crescimento."

Para o próximo ano, Guedes afirmou que não promete mais nada. "Agora acabou, não prometo mais nada. Espero que o Congresso aprove as nossas reformas, espero que a reforma administrativa que está lá prossiga, espero que a Câmara aprove o Banco Central independente, felicito o Senado por aprovar o gás natural e o BC independente", ressaltou, dizendo que quando chegou em Brasília e conversava com a classe política, via um otimismo no andamento das pautas, por isso prometia aprová-las em poucas semanas. "Agora é assim, eu aprendi", resumiu.

Ao longo da coletiva, Guedes reforçou que já cumpriu sua parte "no acordo", entregando a maioria das reformas prometidas ao Congresso, mas reconheceu que "não entregou tudo o que gostaria", mas culpou, principalmente, os políticos. "Eu sempre falei que quem dá o timing da reforma é a política."

Ele atribuiu o não andamento de parte da agenda há disputa políticas. "Eu acredito que há uma disfuncionalidade no sistema hoje. Quem ganhou duas eleições seguidas [presidencial de 2018 e municipal de 2020] foi a centro-direita e quem comanda a pauta da Câmara é a centro-esquerda", numa crítica ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele diz que Maia tem um acordo com a esquerda para não pautar as privatizações e outras prioridades do governo.

Sobre as privatizações, reconheceu que o governo enfrentou dificuldades internas, com resistências de ministros, mas disse que esses impasses estão sendo resolvidos com conversas.

Guedes nega título de superministro

Sobre a alcunha de ser um "superministro", Guedes negou o título e disse que é o ministro mais vulnerável da Esplanada e, como qualquer outro colega, é demissível em 5 minutos. Mas ressaltou que desfruta da confiança dos colegas e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Nunca me considerei superministro de nada e sou demissível em 5 minutos e todos os ministros podem brigar comigo", afirmou. Ele falou que é como uma represa que quer gerar "energia, proteger os mais frágeis, descentralizar recursos", mas que qualquer ministro pode querer fazer um "furinho", numa analogia às tentativas de furar o teto de gastos. "Posso virar um Brumadinho se todo mundo fizer um furo", completou.

Ele reforçou que, apesar de ser o mais frágil e transversal dos ministros, teve apoio dos seus colegas. "Eu desfrutei da colaboração e da confiança desses ministro, dos militares, do Tarcísio, da Tereza Cristina e do presidente em mim todo esse tempo."

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