O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quarta (13) que os ministros da área social que eram contra o corte de gastos do governo já foram convencidos da necessidade de se ajustar as contas. Ele passou o dia em reuniões – entre elas com presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no começo da tarde – para tratar dos detalhes do ajuste fiscal.
Ele pontuou que a pretensão é incluir todos os gastos possíveis nas regras do arcabouço fiscal, que limitam o crescimento das despesas ano a ano. Apesar de afirmar que já há um encaminhamento dos cortes, ele afirmou que serão “medidas de contenção de despesas” e que não há previsão de anúncio oficial.
“A regra geral foi estabelecida no ano passado. E aquilo que está saindo da regra geral, a gente tem que tentar colocar no mesmo guarda-chuva para que ele seja sustentável no tempo. Esse é o princípio”, disse a jornalistas.
Haddad confirmou que as medidas devem atingir o Ministério da Defesa, que é a última pasta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia pedido um esforço a mais para sinalizar que o corte atingiria o chamado “andar de cima”, e não apenas sobre os benefícios sociais. Ele pontuou, no entanto, que a "contenção de despesas" das Forças Armadas ainda está sendo estudada.
“Os ministros foram submetidos a essa ideia, reagiram de várias maneiras, mas todos compreenderam a necessidade de nós termos sustentabilidade nos próximos anos. Se depender de mim, essa arquitetura deve ser de longo prazo no Brasil”, disse o ministro.
Além da Defesa, que Lula discute nesta tarde com o ministro José Múcio Monteiro, também serão atingidos a Previdência, Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, Saúde e Educação. Estes dois últimos devem ter a inclusão dos pisos constitucionais no arcabouço.
Haddad confirmou que teve uma reunião com Múcio pela manhã e que os técnicos do ministério discutiram medidas com os das Forças Armadas.
O ministro ainda pontuou que o governo não pedirá medidas de aumento de arrecadação para reduzir o rombo nas contas e nem a revisão de subsídios, que é um pedido forte de alas da esquerda.
“A programação é arcabouço [fiscal], neste momento. Nós estamos trabalhando com o fortalecimento do arcabouço. [...] Os subsídios vão continuar sendo enfrentados, mas nesse conjunto de medidas nós estamos trabalhando a questão, a dinâmica do gasto”, disse.
Fernando Haddad afirmou que a questão da Defesa e a inclusão dos benefícios a militares ainda estão em discussão.
Ele não falou em previsão de anúncio, o que deve ocorrer apenas após a reunião do G20, marcada para a próxima semana.
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