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Haddad diz entender “inquietação” do mercado com demora do governo para cortar gastos

Fernando Haddad corte de gastos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Reprodução/Canal Gov)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que entende a “inquietação” do mercado com a demora do governo Lula para anunciar o pacote de corte de gastos. A declaração foi dada a jornalistas no prédio do Ministério da Fazenda, nesta quarta-feira (30).

“Eu até entendo a inquietação, mas é que tem gente especulando em torno de coisas. De repente é assim: o jeito que eu falo… Tem coisas absurdas que as pessoas falam no jornal: ‘o Haddad dormiu muito, dormiu pouco’", afirmou Haddad.

"O meu trabalho é tentar entregar a melhor redação possível para que haja compreensão do Congresso, da situação do mundo e do Brasil, e nós possamos ancorar as expectativas e sair desse redemoinho que não faz sentido à luz dos indicadores econômicos do Brasil”, completou.

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Na terça-feira (29), Haddad disse que não há prazo para divulgação de medidas voltadas ao corte de gastos públicos. Após a declaração, o dólar registrou alta de 0,92% e terminou o dia cotado a R$ 5,761, o maior patamar da moeda americana desde 2021, quando atingiu R$ 5,766.

Além da incerteza fiscal no Brasil, a expectativa dos dados de emprego dos Estados Unidos também impactou o dólar. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), fechou em queda de 0,37%, aos 130.729 pontos.

Haddad comparou a demora para o anúncio do pacote de corte de gastos ao que ocorreu com o prazo de entrega do arcabouço fiscal, que foi encaminhado ao Congresso em 18 de abril de 2023. 

“É que nem o arcabouço fiscal, demorou 10 dias a mais do que o previsto, mas os 10 dias foram importantes para fazer uma redação adequada. Você está lidando com finanças públicas, você não pode errar”, disse o ministro nesta quarta.

Acerto com Casa Civil

Na entrevista, Haddad também disse que já há convergência com a Casa Civil sobre a proposta. O ministro da Fazenda esteve no Palácio da Alvorada, em Brasília, na terça-feira (28), para tratar do assunto com o presidente Lula.

O diretor de Política Monetária do Banco Central e futuro presidente da instituição, Gabriel Galípolo, acompanhou Haddad até a residência oficial do chefe do Executivo.  

Rui Costa tenta acalmar o mercado

Nesta quarta-feira (30), um dia após Haddad deixar o mercado nervoso ao revelar que não há prazo para a apresentação das medidas de corte de gastos, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, garantiu que o presidente Lula (PT) vai “enquadrar” as despesas para cumprir o arcabouço fiscal.

“Quem apostar contra o Brasil vai perder, o presidente Lula vai fazer os ajustes necessários para manter o crescimento do país, assegurar investimentos e cumprir o arcabouço fiscal, enquadrando as despesas dentro das regras da meta fiscal”, disse Rui Costa em entrevista à GloboNews.

Ministros terão encontro nesta quarta

Ainda durante a tarde desta quarta-feira (30), os ministros responsáveis pelas decisões de política fiscal e orçamentárias do governo se reunirão na Junta de Execução Orçamentária (JEO).

Mesmo com vários temas na pauta da reunião, a expectativa é de que o encontro sirva para avançar na definição da proposta de corte de gastos.

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