O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse esperar que o pacote de corte de gastos do governo seja fechado até quarta (13) e que mais um ministério da Esplanada será atingido. Ele, no entanto, não revelou qual pasta será afetada.
O anúncio de um possível desfecho da dificuldade em se chegar a um acordo foi feito no começo da noite desta segunda (11) após uma reunião de Haddad com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fora da agenda oficial.
“O presidente pediu um esforço para incluir um ministério numa negociação que deve ser concluída até quarta-feira (13). Não vou adiantar porque não sei se o ministério vai haver tempo hábil de incorporar o pedido dele. Mas, acredito que vai haver boa vontade pra gente incorporar uma medida a mais”, disse o ministro a jornalistas.
Embora não tenha revelado qual ministério deve ser incluído no pacote de ajuste fiscal, Haddad afirmou que será de outra área além do social, que teve as reuniões de negociação finalizadas neste final de semana. Os ministros que cuidam de benefícios como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego vêm travando as negociações há mais de duas semanas.
De acordo com ele, a proposta original apresentada ao presidente não chegou a ser desidratada, mas aperfeiçoada com ajustes “mais palatáveis”
Haddad afirmou, ainda, que os dados relativos às áreas sociais já estão sendo encaminhados à Casa Civil para dar o devido encaminhamento e que voltará a se reunir com Lula nesta terça (12) para definir os dos projetos que lei que devem ser encaminhados ao Congresso relativos ao corte de gastos.
A agenda oficial de Lula, divulgada à noite, aponta reuniões com ministros que devem ser atingidos pelo corte, como Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Carlos Lupi (Previdência) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Haddad, no entanto, disse que esses encontros não serão para discutir este assunto.
Ainda segundo ele, uma eventual reunião de Lula com os presidentes das duas casas do Congresso – Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado – também será discutida nesta terça (12).
“Aquelas diretrizes que discutimos desde o começo, de fortalecer o arcabouço fiscal e trazer para dentro aquilo que eventualmente não estivesse comportando da maneira como esperamos para consolidar essa transição de um regime de déficit elevado e baixo crescimento para um regime de equilíbrio fiscal com crescimento sustentável”, pontuou. Entre estes gastos estão os pisos da saúde e da educação e os benefícios sociais, visto com reserva pelos ministros das áreas.
Fernando Haddad ainda se mostrou contrário às críticas de alas do próprio partido – o PT – contra os cortes nos gastos que podem atingir benefícios sociais. De acordo com ele, isso “não foi nem anunciado ainda” e minimizou as críticas afirmando que “é natural que haja o debate”.
“Estamos muito seguros do que estamos fazendo, é para o bem dos trabalhadores [...] é um equilíbrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros”, disse ressaltando que o governo vê com preocupação o encarecimento de alguns produtos, mas sem citar quais.
Ele também não deu um prazo para que o pacote seja anunciado.
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