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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29) que não há prazo para divulgação de medidas voltadas ao corte de gastos públicos. Após a declaração, o dólar registrou alta de 0,92% e terminou o dia cotado a R$ 5,761.
Este é o maior patamar da moeda americana desde 2021, quando atingiu R$ 5,766. Além da incerteza fiscal no Brasil, a expectativa dos dados de emprego dos Estados Unidos também impactou o dólar. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), fechou em queda de 0,37%, aos 130.729 pontos.
Haddad disse que tem uma série de reuniões com o presidente Lula (PT) para tratar do corte de gastos. “Não tem uma data [para o anúncio], ele [Lula] que vai definir. Mas a gente está avançando a conversa, estamos falando muito com o [Ministério do] Planejamento também”, disse o ministro a jornalistas nesta tarde.
No último dia 15, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou que o governo avalia uma série de medidas para cortar gastos. “O mais importante é que chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos estrutural no Brasil”, disse Tebet na ocasião. Ela destacou que apenas o aumento de receitas não resolverá o desequilíbrio fiscal.
“O Brasil já fez o dever de casa, o governo, o Congresso, do lado da receita. Não é possível mais apenas pela ótica da receita resolver o problema fiscal do Brasil”, frisou. A ministra não deu detalhes sobre as propostas, mas disse que apenas uma delas pode abrir um espaço fiscal de R$ 20 bilhões ao ano no orçamento.
Nesta segunda (28), ela reforçou que o momento atual exige coragem para que sejam cortados gastos com políticas públicas ineficientes.
“Não existe social sem fiscal. Os números estão aí mostrando que tudo que tinha que dar certo, deu. Só falta uma coisa: ter coragem de cortar aquilo que é ineficiente. Erros e fraudes já foram cortados no ano de 2023 porque vieram como fruto da pandemia”, disse Tebet durante o 7º Fórum Brasil de Investimentos, em São Paulo.
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