Afetada pela crise global, a produção da indústria brasileira caiu 13,4 por cento no primeiro semestre na comparação com o ano anterior, o pior desempenho desde 1975, quando teve início a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados, divulgados nesta segunda-feira, mostraram que em junho a atividade subiu 0,2 por cento sobre maio, no sexto mês consecutivo de alta. Analistas consultados pela Reuters esperavam, pela mediana das estimativas, crescimento de 0,35 por cento.
Na comparação com igual mês do ano passado, a produção caiu 10,9 por cento.
"A indústria brasileira seguiu a tendência mundial. O número foi muito negativo, mas não foi diferente do que ocorreu em outros países", afirmou Isabella Nunes, economista do IBGE.
"A recuperação da indústria brasileira é lenta e gradual. Foi a sexta taxa positiva na ponta, mas ainda estamos longe de voltar aos níveis de 2008... Não podemos esquecer da base de comparação elevada, 2008 foi um ano muito expressivo."
Em 12 meses até junho, a produção registrou baixa de 6,5 por cento, acentuando o ritmo de queda frente aos 5,0 por cento acumulados em 12 meses até maio.
Setor Automotivo
De maio para junho, 13 dos 27 ramos de atividade pesquisados tiveram crescimento. Entre eles, o desempenho mais relevante veio de Indústrias extrativas (5,3 por cento), seguido por Veículos automotores (2,6 por cento).
Já na comparação com junho do ano passado, 22 dos setores exibiram taxas negativas, sendo que veículos automotores (-18,9 por cento) manteve-se como o de maior impacto.
Considerando o primeiro semestre em relação ao igual período do ano passado, o setor automotivo amargou queda de 26,6 por cento, também o pior desempenho da série histórica.
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