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O vazamento de informações de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com empresas e gestoras privadas da Faria Lima causou impactos negativos no mercado financeiro, afetando negativamente o dólar e os juros futuros na sexta-feira (7).
Em encontro fechado com cerca de 15 executivos, entre eles o presidente do banco Santander, Mário Leão, Haddad disse que há chances de um contingenciamento orçamentário dependendo da dinâmica do arcabouço fiscal - ou seja, que o governo pode reter a liberação de recursos caso alguma despesa cresça.
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Segundo o ministro, a informação divulgada após reunião foi uma “interpretação indevida”. O ministro negou mudanças no arcabouço e garantiu que está disposto a contingenciar gastos.
“Me fizeram uma pergunta se havia contingenciamento este ano se algumas despesas obrigatórias crescessem para além do previsto e eu falei que sim. Falei que, se algumas despesas crescessem para além do previsto haveria um contingenciamento de gastos, o que é absolutamente normal e aderente ao que prevê o arcabouço fiscal. Não entendi a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa a respeito do que eu disse — afirmou o ministro, segundo o jornal O Globo.
Ao ser questionado sobre o que fazer para zerar as despesas obrigatórias, como saúde educação, o ministro não detalhou, segundo o jornal Estado de S.Paulo, mas disse que haveria um conjunto de alternativas que seriam levadas ao presidente Lula. Uma delas, citou como hipoteticamente, seria cortar ou reduzir os gastos de R$ 30 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O ministro classificou a interpretação que circulou no mercado como "uma irresponsabilidade”, argumentando que a versão foi o oposto do que ele afirmou.