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“Internet das Coisas” decola e vira mina de ouro para negócios

 | Bigstock/

Anda incomodado por não conseguir ficar um instante sequer offline? Pois você ainda não viu nada. Em apenas dois anos, os smartphones e computadores deixarão de ser os principais aparelhos conectados em sua casa ou escritório. Estudo da Ericsson divulgado mês passado mostra que, em 2018, a quantidade de dispositivos integrados à chamada “Internet das Coisas” (IoT, da sigla em inglês) vai ultrapassar o de celulares e chegar à marca de quase 16 bilhões no mundo todo até 2021.

Confira o número de aparelhos conectados por tipo hoje e daqui cinco anos

O “boom” desses dispositivos conectados, que incluem desde sensores em aparelhos domésticos, postes de luz e prédios até automóveis, freezers e robôs industriais, surge desde já como uma oportunidade de ouro para empresas de hardware e software, responsáveis por transformar a maneira como interagimos hoje com o mundo à nossa volta. O valor das cifras envolvidas dá noção do tamanho dessa revolução: a consultoria IDC estima que o mercado mundial de Internet das Coisas cresça a uma taxa anual de 17% nos próximos anos, saindo de um faturamento de US$ 698,6 bilhões em 2015 para US$ 1,3 trilhão em 2019. Apesar da Ásia concentrar 40% deste mercado, a América Latina será a região em que o crescimento será mais acelerado nos próximos quatro anos, com uma taxa anual prevista em 26,5%.

O potencial da IoT para incrementar por aqui a produtividade das empresas e o faturamento das que fornecem as soluções motivou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a lançar em março uma chamada pública para buscar interessados em fazer estudos técnicos sobre o setor, que embasarão políticas públicas. Há paranaenses entre os candidados a se debruçar sobre o tema: um consórcio formado pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), iCities, Universidade Positivo e Universidade de São Paulo (USP) defendeu o projeto junto ao banco mês passado e agora aguarda a decisão final, em meio a concorrentes como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Unicamp.

“A participação de empresas menores, como startups, é fundamental nesse processo, de consolidação da Internet das Coisas. Isto, seja no âmbito da tecnologia propriamente dita, como a criação dos sensores, ou na parte de software, que é o serviço dentro dessa camada de instrumentação. Há oportunidade para todo mundo nesse ambiente”, reforça o diretor-presidente do IBQP, Sandro Vieira.

Informação em tempo real

Conforme o estudo da IDC, as principais oportunidades em IoT na América Latina surgirão nas áreas de manutenção e monitoramento de objetos e unidades industriais – onde os sensores podem medir, gravar e transmitir automaticamente em tempo real dados sobre essas estruturas. As aplicações da tecnologia, porém, são tão diversas quanto o número de dispositivos. A curitibana Cinq Technologies, por exemplo, desenvolveu uma solução de gerenciamento de beacons (sensores que emitem informações por bluetooth) que hoje é utilizada no aeroporto de Miami. O sistema permite que o passageiro receba notificações no celular com informações sobre diversos pontos do aeroporto, assim que passa por eles.

“As empresas começam a entender que tudo que é mensurável por meio desses sensores, seja linhas de produção ou turbinas de avião, pode ser melhorado. Uma grande oportunidade é oferecer esse tipo de solução, em que é preciso ter competência em análise de dados, otimização operacional, algoritmos analíticos e sensoriamento. Daqui em diante, quem se especializar nisso vai garantir bons negócios”, aposta o diretor de marketing da Ericsson na América Latina, Jesper Rhode.

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